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Coluna Dom Antônio: Aos 94 anos, Iris ora, pinta e borda todo dia. Vaidosa, parece não ter chegado aos 80!
Por Antônio Ribeiro
Publicado em 7 de agosto de 2022 às 09:00
Atualizado em 8 de agosto de 2022 às 16:11
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Tem sido por demais prazerosa, esta minha tarefa de todo mês entrevistar alguém com mais de noventa na Cidade Saúde de Guarapari, por me permitir conhecer pessoas especiais, com talentos idem.
Iris Lima Depes precisa mostrar documentos para provar que tem a idade que diz ter. Não perece, ainda mais quando se a conhece pessoalmente, onde sobressai sua lucidez e memória incomum.
A conheci como pintora na recente exposição coletiva dos artistas do Movimento Cultural IA, com o oportuno tema flores, intencional para acompanhar a proposta dada pela Esquina da Cultura.
Guarapari bem poderia dar acolhida a ideia de cidade das artes, em consonância à beleza de suas praias, que retratadas por bons pintores, seriam razão a mais para virem o ano inteiro para cá.
Bons motivos trouxeram esta filha de mineiros, nascida em Guaçui, que casou e mudou para Cachoeiro do Itapemirim, tendo antes, por três anos ido para o Rio de Janeiro, para ficar e não ficou.
Aos 26 casou com o primeiro e único amor de sua vida, que somou por ter sido agregador de toda a família em uma loja de artigos para pintura, que funcionou 30 anos como esteio da família.
Se desde a escola, gostava de desenhar, este novo mundo a fez professora de pintura, sem ter tido aulas, simbolizando a verdadeira artista prática que é e provam seus belos quadros.
Gosta de arte sacra, onde retrata sua fé, maneira e mineira, com obras que falam por si, como as de Aleijadinho, entre tantos outros mineiros que se notabilizaram nos temas sacros.
Até hoje tem dó de vender seus quadros e talvez por isso, se orgulha de ter ganho mais dinheiro como professora de pintura e ter passado o dom à filha e neta, que moram com ela.
A filha Sâmia pinta desde os quatorze anos, hoje mais profissionalmente pelo sucesso que faz em outros estados, assim como a neta Carime, também artista, que se dedica a biscuit.
Nas férias e feriadões, vinham sempre para Guarapari e com a tragédia que foi a enchente de Cachoeiro em 2010, quando perderam tudo, decidiu ficar para sempre por aqui.
Frequentava o Radium Hotel no tempo dos cursos e hoje continua indo religiosamente, para fazer academia ao ar livre num grupo, assim como faz com as suas orações.
Entraram no Movimento Cultural na Tzion, onde bem poderiam ter uma exposição em família, cada uma com seus temas e técnicas, para destacar o passar por gerações.
Entre os segredos à longevidade, nunca fumou, não saia muito a noite e todos os dias, toma uma taça de vinho tinto suave, afora sucos de frutas e verduras.
Banana não falta nunca, assim como mexerica sem mexericos e abacate na rotina de todos os dias, que a ajudam a lembrar de todas as datas da família.
Com tudo isso, passará dos cem, como outras que já entrevistei. Bom para Guarapari!
Antônio Ribeiro é autor do Guia de Férias e Feriadões, além de outros 46 livros e mais de 160 artigos sobre Guarapari.
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As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
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