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Coluna Dom Antônio: Bento Nossa foi garçom do Radium Hotel nos anos dourados da cidade saúde
Por Antônio Ribeiro
Publicado em 23 de outubro de 2022 às 09:00
Atualizado em 25 de outubro de 2022 às 09:03
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Nosso homenageado desta coluna, nasceu em 1935, ano da Primeira Intentona Comunista no Brasil, em Pernambuco, entre Rio Calçado e Buenos Aires, onde ficou até os 19 anos.
Serviu o exército no 1º Regimento Militar do Rio de Janeiro em São Cristóvão, tendo ficado na então Capital Federal até o fatídico ano de 1954, pela morte de Getúlio Vargas.
Estava de serviço no Palácio do Catete, sede do Governo Federal à época, no dia 24 de agosto quando às 8 horas, Getúlio Vargas cometeu suicídio. Todo o país parou!
Pelo bilhete de despedida, que ele leu, estava deixando a vida pela pátria, assim entrando para a história, de uma maneira totalmente inimaginável e incompreensível.
Enquanto servia, fez a Escola Preparatória para as Forças Armadas, tendo sido o melhor aluno da classe e por isso conquistando este posto privilegiado e trágico.
Assustado com o acontecido, voltou para Guarapari em novembro de 1954 e foi admitido no Radium Hotel, montado em padrão internacional, com cassino.
O restaurante tinha piano de cauda, mobília importada e talheres de prata, entre outros luxos que caracterizavam como hotel nível cinco estrelas.
De imediato foi contratado como comim (ajudante de garçom). Depois fez curso de garçom sendo promovido, quando passou a maitre executivo.
Recorda de ter atendido famosos da época, como Assis Chateaubriand, João Goulart, Maísa e Rubem Braga, que ficavam meses no hotel.
Lembra de ter convivido com o Dr. Silva Mello, que como os pacientes, foi atraído pelas muitas curas das areias monazíticas, que estudou.
Ele próprio morou no hotel, onde trabalhou por treze anos, com carteira assinada, só saindo pela proibição dos cassinos. Um golpe duro!
No começo dos anos setenta, com os problemas do hotel, voltou para o Rio e trabalhou ao lado do Castelinho, atendendo Vinícius de Morais.
Embora tivesse emprego em uma boutique fina, a esposa não se adaptou a vida carioca e veio trabalhar no Restaurante Candelabro.
Aí conheceu um senhor que estava na cidade para montar um novo hotel, que o contratou por 14 anos, para ajudá-lo: o Porto do Sol.
Na inauguração estavam: Toni Ramos, Italo Rossi, Miele, Elke Maravilha, Nara Leão, Pitangui, Ziraldo, Joana e Silvio Caldas. Show!
Terminou a carreira no chic da época, o Quatro Estações, onde também ajudou a montar o restaurante. Uma história de vida!
Viveu bem e disse que gostaria de ver seu nome no Livro da Vida, que dei a ele!
Antônio Ribeiro é administrador de empresas pelo Mackenzie, especialista em Marketing pela PUC e Master Business Administration pela FGV, mestrado em Portugal e doutorado na Espanha. Autor de 47 livros já publicados e mais de 170 colunas sobre Guarapari.
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As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
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