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Coluna Palavra de Fé: Leveza
Por Raphael Abdalla
Publicado em 22 de outubro de 2023 às 11:00
Atualizado em 22 de outubro de 2023 às 11:01
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“(…) porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto. E depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; e depois do fogo uma brisa mansa e leve (ali o Senhor estava).” – 1 Reis 19:11-12
Elias foi um grande profeta. Quando Jesus perguntou aos seus discípulos quem diziam ser o Messias, Elias estava na seleta lista de respostas (Mateus 16:14). É ele quem aparece no monte da transfiguração ao lado do representante da Lei e do Autor da Graça (Mateus 17:3). Seu legado foi misteriosamente lembrado na vida João Batista, o precursor.
Seu ministério começa como prenúncio de um tempo de escassez. Todos foram por ela assolados, exceto Elias. Deus o alimentou por meio de corvos (I Reis 17:6), numa clara demonstração de que o poder de Deus é ilimitado e que ainda os seres impuros (Levíticos 11:15) são subservientes ao Criador.
O Senhor também o alimentou por meio de uma viúva, demonstrando que o poder celeste não está submetido à lógica humana. Pelo contrário, está certo o brocardo que diz “pouco com Deus é muito” (I Reis 17:10).
Através desse profeta Deus demonstrou sua glória, derrotando sozinho uma multidão de 850 homens maus. Ele teve suas experiências com o fogo (I Reis 18:38), com a água (II Reis 2:8) e com o vento (II Reis 2:11).
Nada disso, porém, com respeito a cronologia dos eventos, impediu que ele fosse tomado de uma profunda depressão, chegando a clamar por sua própria morte, conforme nos relata o capítulo dezenove do primeiro livro dos Reis. O motivo? Uma cartinha.
Jezabel, a impiedosa mulher de Acabe, lhe enviou um mensageiro com ameaças. Assim, o mesmo homem que sozinho derrotou um exército, viu-se profundamente abatido por um garoto de recados. Admito, esse é o retrato dos dias humanos. Deus já nos concedeu tantos livramentos e, ainda assim, sofremos antecipadamente pelos problemas vindouros.
Passamos a vivenciar uma profunda crise de sentido. Já lutamos, já vencemos, mas nosso íntimo ainda se angustia com a ideia da derrota. A gente se acostuma demais para não sofrer e, no fim, acaba se acostumando com a dor. Nem todos os costumes são bons. Nem todas as lutas são más. Até o chocolate, maravilha das maravilhas, tem seus dias de amargo. Ou melhor, meio amargo.
Pois bem. Sabendo disso, Deus alimenta Elias uma outra vez. Agora por meio de um anjo, lhe oferecendo assim o maior alimento humano: a Palavra de Deus. Essa que veio somada de um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água.
Qual foi a Palavra do Senhor? “Levanta-te, Elias.” (19:8). Depois disso, Ele encontra o Senhor na leveza da brisa. Não no forte vento, nem no terremoto, nem no fogo.
Então, te convido – gente boa, gente querida – a levantar e marchar, porque tem como viver com força e também com leveza (ao mesmo tempo!).
Raphael Abdalla é pastor titular da Primeira Igreja Batista em Guarapari e presidente da Convenção Batista do Espírito Santo. Possui formação em Direito, Teologia e MBA em Liderança. Idealizador do projeto Redes de Voluntários. Casado com Ana Paula Abdalla.
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