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Coluna Palavra de Fé: Um Pai de outro mundo
Publicado em 29 de setembro de 2024 às 12:00
Atualizado em 29 de setembro de 2024 às 12:00
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Não faz muito tempo ouvi uma expressão que proporcionou grande alegria para minha alma, certo homem disse assim: “O meu Deus é o Deus que Jesus chamou de Pai”. Que doce verdade, que confortante certeza. O nascimento de Jesus nos coloca em um contexto de graça e paternidade celeste jamais visto.
Permita-me, porém, voltar ao argumento da paternidade divina mais adiante. Precisamos falar um pouco da paternidade humana e suas evidentes crises. Isso porque a percepção de Deus como Pai pode sofrer influências da realidade familiar de cada pessoa.
Segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, que representa a classe dos Oficiais de Registro Civil de todo o País, em 2023 cerca de 170 mil crianças foram registradas somente em nome da mãe, sendo ausente a figura paterna. Tal número é crescente ao longo dos últimos anos. Isso significa que por dia, quase 500 crianças são registradas sem o nome do pai no Brasil.
O abandono paterno é uma realidade caótica. Ao olharmos a sociedade ficam evidentes também as crises com a paternidade presente. Alcoolismo, disfunções familiares, violência, dentre outas mazelas sociais, fazem com que para muitas pessoas a visão de “pai” seja negativa, ainda que esteja dentro de casa.
Na jornada ministerial, conheci pessoas que tinham dificuldade de chamar Deus de “Pai” em consequências das crises na paternidade humana. Não são raros os casos de quem sofra pela ausência paterna e, em decorrência, passa a carregar esse trauma tanto para as relações familiares quanto para as espirituais.
É possível, portanto, afirmar que entender o Eterno como “Pai” pode se tornar difícil para quem não teve pai ou, tendo, passou por maus-tratos. Nesse cenário, encontra-se pleno consolo na Palavra de Deus. Disse o salmista “porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá. e guia-me por vereda plana, por causa dos que me espreitam” (Sl. 27.10).
O pai humano pode falhar, o Pai Eterno jamais. A Bíblia apresenta relatos de falhas e acertos na paternidade. As Sagradas Escrituras não escondem os erros e as desventuras dos pais. Com os desacertos precisamos aprender, com os êxitos imitar.
Precioso é o exemplo de um pai registrado em João 4.49: “rogou-lhe o oficial: Senhor, desce, antes que meu filho morra.” O contexto é o segundo sinal milagroso que Jesus fez, depois de ir da Judéia para a Galileia, curando o filho de um oficial do rei.
Naquele momento não importava o cargo que aquele homem exercia, estava ali um pai desesperado. A Bíblia não registra qual era a doença, mas a gravidade era absoluta: o filho estava à beira da morte. Não se sabe quantas tentativas de restaurar sua saúde foram feitas, mas agora o pai está diante do Cristo, Filho do Deus Vivo (Mt. 16.16).
Ir até Jesus significa reconhecer o poder que Ele tem. Suplicar uma ação significa confiar na bondade celeste. Milagres são experimentados por quem tem firme convicção de que depender de Deus é o melhor modo de viver. Depender dele é saber que tudo que ele faz coopera para o bem (Rm. 8.28). Confiar nele é descansar em sua inquestionável soberania.
Jesus não precisou ir até Cafarnaum para curar o menino, não há distância que impeça o agir divino. As palavras do Autor da Vida são capazes de restaurar a existência. O desalento do pai, que achava que Jesus deveria ir até sua casa correndo, é interrompido: “vai, teu filho vive” (Jo. 4.50). O homem creu na palavra do Senhor e partiu. O triunfo seria da morte, até o pai encontrar Jesus. O que seria um sepultamento, transformou-se na bela história do filho que não morreu.
Ainda hoje existem muitos (e muitos mesmo) pais assim, que recorrem ao Supremo Pai para que abençoe seus filhos. Vamos, porém, falar de um “Pai de outro mundo”. O Deus Altíssimo é Pai, Pai do Verbo, Pai Nosso.
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