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Comércio cresce 1,9% no segundo trimestre deste ano
Por Glenda Machado
Publicado em 4 de setembro de 2017 às 15:14
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Depois de a indústria e o varejo já terem mostrado sinais positivos em junho, o setor de serviços também trouxe boas notícias sobre o princípio de reação na atividade econômica no País após um longo período de recessão. O volume de serviços prestados cresceu 1,9% no segundo trimestre deste ano em relação aos três primeiros meses de 2017. É o que diz os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Guarapari, o resultado completa uma sequência de três meses de avanços consecutivos. “Empresários com maior capacidade de organização sentem esse crescimento”, disse Aguinaldo Ferreira Júnior.
Alguns fatores colaboram com uma perspectiva mais otimista para o setor, como a recuperação da renda dos trabalhadores ocupados, a relativa melhora no mercado de crédito e a geração de empregos formais detectada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apontou a Tendências Consultoria Integrada.
“O melhor dinamismo da produção industrial também é um sinal positivo para o desempenho das atividades de serviços ligadas a
transporte neste ano. Por outro lado, cabe observar que a melhora do setor deve ser lenta, diante das perdas dos últimos anos”, ponderou Thiago Xavier, analista da Tendências.
Com a tentativa de driblar a falta de movimento comum no mês de agosto, em Guarapari, a lojista Adriana Hallack, deu a ideia para que os demais comerciantes entrassem para a liquidação, a a atenção dos consumidores. “A minha ideia foi fazer a liquidação com todos os lojistas da Rua do Trabalho, para adquirir mais forças e interesse dos compradores. O valor do desconto ficou sob responsabilidade de cada um, mas é possível encontrar até 70 % menos que o valor comum”, explicou a idealizadora da liquidação.
O volume prestado encolheu 3,0% em junho, em relação ao mesmo mês de 2016, completando uma sequência de 30 meses consecutivos de retração. “Talvez a pior fase já tenha passado, mas não temos evidências ainda para apostar ou afirmar que haja uma recuperação”, avaliou Roberto Saldanha, analista na Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
Segundo Saldanha, o setor de serviços depende de uma retomada mais significativa da produção industrial. Por enquanto, os resultados positivos este ano na indústria, na agropecuária e no comércio têm ajudado alguns segmentos de serviços, como os transportes, mas outras atividades permanecem no negativo.
“Os serviços ainda estão muito perto do fundo do poço, não vimos a recuperação que tem aparecido na indústria e no varejo. Dos três setores, os serviços têm, de longe, a pior situação. A crise no setor começou mais tarde, e ele vai se recuperar mais tarde também”, estimou Everton Carneiro, analista da RC Consultores, que manteve sua previsão de recuo de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2016.
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