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Comissão é criada para tratar da preservação e recuperação da Lagoa de Mãe Bá, em Anchieta
De acordo com moradores houve um retrocesso no estado da lagoa após o período de paralisação da Samarco (2016 a 2020) e a retomada das atividades
Por Aline Couto
Publicado em 14 de maio de 2024 às 09:19
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Localizada na divisa dos municípios de Guarapari e Anchieta, no litoral Sul do Estado, entre a Praia de Meaípe e o Porto Marítimo de Ubu, a Lagoa de Mãe-Bá, segunda maior do Espírito Santo tem sido tema de discussão devido ao aumento significativo nos casos de mortalidade de espécies de peixes, o que tem gerado preocupações e demandado ações imediatas.
Com o intuito de buscar estratégias e estabelecer medidas preventivas para evitar futuros incidentes ambientais na região, uma audiência pública foi realizada na Câmara de Anchieta com autoridades e instituições de interesse direto no assunto.
Foram ouvidos representantes da Samarco Mineradora, da CESAN – Companhia Espírito Santense de Saneamento, da Secretaria de Meio Ambiente de Anchieta, da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH), da Associação Mãos que Fazem Mãe Bá, do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Novo e da Associação de Moradores de Condados, Guarapari
Durante os debates foram abordados diversos pontos, incluindo a recente ocorrência de mortalidade de espécies de peixes na lagoa e os impactos das atividades industriais e de saneamento na região.
De acordo com a Secretária do Meio Ambiente, Jessica Martins, estão em andamento monitoramentos e testes laboratoriais para encontrar soluções adequadas para a situação. Rodolpho Samorini, representando a Samarco, enfatizou que mantém um monitoramento contínuo e realiza testes em parceria com a Secretaria para amenizar os impactos ambientais.
Pela CESAN, Marcio Machado destacou que cerca de 69% da comunidade de Mãe Bá possui cobertura de esgoto, mas a falta de estrutura adequada para ligação das residências à rede de esgoto tem sido um obstáculo significativo.
Os moradores locais expressaram as preocupações, destacando a comparação entre o estado da lagoa durante o período de paralisação da Samarco (2016 a 2020) e o retrocesso observado nos últimos anos após a retomada das atividades.
Representando a comunidade de Condados, Noelson Rodrigues relatou o descaso de Guarapari pelo não comparecimentos de nenhum representante do município na reunião. “Guarapari também tem uma parcela de culpa pela situação da lagoa, também tem que preservar. Mas eles não têm feito nada. Eu já tomei banho e pesquei na lagoa e hoje meu filho não pode mais entrar e não podemos comer o peixe”.
Ao final de todos os debates, foi decidido criar uma comissão consultiva composta por representantes da Samarco, CESAN, AGERH, comunidade local e Câmara de Anchieta, para que em conjunto possam encontrar soluções efetivas para os desafios enfrentados pela Lagoa de Mãe Bá e região.
Além dos presentes, também foram convidados e não compareceram: o Prefeito de Guarapari, Edson Magalhães, o Secretário de Meio Ambiente e Agricultura de Guarapari, Breno Simões, um representante do Ministério Público, o Secretário Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni, o Diretor-Presidente do IEMA, Alaimar Fiuza e um representante da Comissão de Meio Ambiente da ALES (Assembleia Legislativa do ES).
*Com informações: Câmara de Anchieta.
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