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Contrariando orientações, baleia que encalhou em Guarapari foi enterrada no mesmo local do encalhe
Animal, que pesa cerca de 20 toneladas e mede, aproximadamente 8 metros, encalhou na Praia do Riacho
Por Gislan Vitalino
Publicado em 12 de agosto de 2021 às 12:00
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A baleia que amanheceu encalhada na Praia do Riacho, em Guarapari, na manhã desta quarta-feira (11), foi enterrada no mesmo local em que encalhou, próximo ao mar e contrariando a orientação do Instituto Orca (Organização Consciência Ambiental), organização não governamental que realiza estudos da fauna marinha e acompanha os trabalhos do tipo na região.
De acordo com o Instituto Orca, o animal foi enterrado no mesmo local em que encalhou, próximo do mar e em contrariedade às orientações passadas pelo Instituto. Com isso, se estabelece o risco de que a maré venha a desenterrá-lo e expor novamente os restos mortais (carnes, ossos e fluidos em decomposição) na areia da praia, trazendo o desconforto e odor natural da decomposição.
Segundo o Instituto, a orientação é que, se possível, o animal fosse enterrado há uma distância maior da água do mar, para evitar essa situação, de preferência em um espaço de restinga degradada ou mesmo em terreno distante apropriado. Os voluntários do instituto realizam todo o trabalho de corte e apoio humano necessário para a escavação. Entretanto, a orientação não foi seguida pela Prefeitura de Guarapari, que informou que não possuía os recursos necessários para realizar o transporte do animal, que pesava cerca de 20 toneladas.
“Nós prestamos essa assessoria voluntária da operação e indicamos uma área de cova mais adequada, mas fomos voto vencido. O problema maior é a possibilidade da maré desenterrar o material e esse trabalho precisar ser feito de uma forma ou de outra”, frisou o diretor do Instituto Orca, Lupércio Barbosa.
Lupércio afirmou ainda que o Instituto se disponibiliza a realizar a escavação e o enterro adequado do animal assim que a Prefeitura informar a disponibilidade dos recursos necessários.
O que diz a Prefeitura?
Nós procuramos à Prefeitura de Guarapari para entender porque a decisão foi tomada foi essa e se há previsão de transportar os restos mortais da baleia para outro local.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semag) informou que, para evitar o mau cheiro e não permitir que a carcaça voltasse para o mar, a baleia foi enterrada na areia da praia onde foi encontrada.
A nota ressalta também que a Semag está providenciando a remoção da carcaça para o local de aterro apropriado.
Número de animais encalhados no Estado é atípico
De acordo com o Instituto Orca e com dados do Instituto Baleia Jubarte, o número de animais encalhados no litoral do Espírito Santo este ano está acima do esperado. “Até o momento, nós tivemos o total de 12 baleias encalhadas na região, estamos perdendo apenas para Santa Catarina, que tem 36 animais. Atualmente nós estamos ainda no início de temporada de migração desses animais para o Sul do país e isso indica alguma anormalidade do comportamento desses animais”, frisou Lupércio Barbosa.
Para o Instituto Orca, essa anormalidade pode estar sendo causada, principalmente, pela alteração do tempo. “É um estudo que ainda está sendo feito. Mas que pode sinalizar que essa diferença que estamos observando nas temperaturas afete a nutrição desses animais, atrapalhando o comportamento de migração”, explicou o pesquisador. “Por vezes, a gente acha que animais tão grandes não possam ser afetados por estas condições, mas esses números nos mostram o contrário”, destacou Lupércio.
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