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Crochê é coisa de… quem quiser
Por Redação Folhaonline.es
Publicado em 24 de dezembro de 2017 às 15:00
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por Aline Couto
Cada vez mais cresce o número de homens adeptos ao crochê, seja para lazer ou para uma renda extra.
Normalmente no momento em que descobrimos alguma doença nos sentimos tristes e impotentes, mas João Carlos de Lima, 59 anos, decidiu que seria diferente. Aproveitou para aprender uma nova prática, o crochê, que acabou ajudando no seu tratamento, tanto financeiramente quanto fisicamente.
Em setembro de 2015 João descobriu uma neuropatia diabética, doença sem cura, que causa dor nos pés e pernas dificultando a movimentação. O tratamento inclui o controle da glicemia e o uso de medicamentos para controlar os sintomas. Ao invés de se entregar, ele decidiu que lutaria para ter uma vida mais digna e plena.
O crochê entrou na sua vida em outro momento difícil, a depressão da sua mãe em 1994. Os médicos indicaram a atividade como forma terapêutica para sua mãe e ele decidiu aprender, para fazer junto e ajudar. Apaixonou-se pela prática e não parou mais.
Após a doença ele teve que lidar, quase que diariamente, com diversos médicos e clínicas e para não ter crises nervosas e ajudar a passar o tempo, aperfeiçoou o ofício e começou a lucrar com o trabalho. Entre um pedido de exame e outro, descobriu, próximo ao seu plano de saúde, o ateliê Artes & Fios, que ministra cursos, e decidiu se inscrever. A proprietária, Leila Garcia, conta que mesmo com as limitações João é um dos seus melhores alunos, “ele é muito dedicado e tudo a que se propõe faz com excelência”.
“Estou há uns três anos aqui nesse espaço e dou aulas de crianças a adultos, de homens a mulheres. Aqui não tem preconceito nem discriminação. Quando trabalhei em Macaé cheguei a dar aulas para 20 homens. O mundo está evoluindo e não tem mais espaço para o que é de homem e o que é de mulher. Todos podem fazer o que quiserem”, conclui a artesã.
A paixão e o prazer de João Carlos pela arte foram só aumentando e hoje o artesão faz kits completos de banheiros, suplás, passarelas, coletes e blusas, todos sob encomenda. Pela sua limitação, ele usa muletas, só trabalha em casa em uma mesa. “Tem dias que não consigo segurar uma agulha, mas em outros vejo um vídeo de aula na internet e copio só de olho”, declara todo orgulhoso.
O artesão não vê problemas em fazer crochê e diz que sua próxima barreira a ser superada é passar o conhecimento adiante, o que está quase se concretizando. “Eu nunca sofri preconceito por ser um tipo de trabalho dito de mulheres, mesmo que tenha sofrido eu não percebi e não ligo. Adoro fazer crochê, me distrai e me ajuda muito na coordenação motora.”, finaliza.
Para os interessados em aprender o crochê, as aulas no Arte & Fios acontecem durante todo o
dia, das 8h às 18h, com turmas de manhã e de tarde. Mais informações: (27) 99820-2935.
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