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Depois de 9 dias, foram remanejados os últimos internos do asilo clandestino em Lameirão
Por Glenda Machado
Publicado em 16 de dezembro de 2015 às 23:30
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ONG Resgatando Vidas será interditada oficialmente amanhã por meio de ordem judicial
Depois que o pastor, a esposa e o filho foram presos em flagrante por maus tratos, cárcere privado, exposição ao perigo da saúde e integridade do idoso no dia 7 de dezembro, tanto o asilo clandestino quanto a associação de recuperação de dependentes químicos serão interditados oficialmente amanhã mediante ordem judicial. Os últimos internos que ainda estavam no local foram remanejados hoje.
Durante a ação, foram flagrados 13 internos em cárcere privado entre idosos, deficientes físicos e mental, em um asilo clandestino localizado entre as duas alas para tratamento de dependentes químicos da ONG Resgatando Vidas no Lameirão. No total, a associação abrigava mais 22 dependentes químicos em tratamento entre homens e mulheres.
Com a prisão do pastor Wilson Pivanti Ferreira, a esposa Rosa Maria Ferreira e o filho Wilsinho, que são os responsáveis pela associação, os idosos foram remanejados para a ala masculina dos dependentes químicos até que fossem disponibilizados novos abrigos por parte da prefeitura.
O Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) fez o levantamento dos internos e entrou em contato com os familiares, porque muitos eram de outras cidades como Marataízes, Cachoeiro, Vila Velha, Vitória e até São Paulo. “Alguns familiares buscaram seus parentes no mesmo dia da ação e internaram em outras instituições. Ficaram sete, sendo dois idosos, três dependentes e dois ex-dependentes que trabalhavam na ONG em troca de moradia e alimentação”, afirma gerente de Proteção Social Especial do Creas Tatiana Littike.
De acordo com ela, hoje foram remanejados os últimos internos. “Um idoso e os três dependentes estão sobre a responsabilidade da família e o outro idoso foi remanejado para o Recanto dos Idosos de Guarapari. Já os dois ex-dependentes, que agora eram funcionários, quiseram continuar na associação por conta própria. Eles acham que têm direito, porque nunca receberam salário pelo trabalho que realizavam das 5h às 23h”, disse Tatiana.
Até hoje, a prefeitura disponibilizou alimentação para todos os internos por meio da Secretaria Municipal de Trabalho, Assistência e Cidadania. Um médico e duas enfermeiras também estiveram no local para avaliar os pacientes e viabilizar os medicamentos por meio da Secretaria Municipal de Saúde. “Vamos continuar dando assistência e acompanhando o caso dos internos que são moradores de Guarapari”, destacou Tatiana.
Os acusados foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisório (CDP). Embora tenham confessado que o local pertence à família, negaram que cometiam maus tratos. Como a pena é superior a quatro anos, o delegado não podia fixar fiança. O processo está em análise pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). A nossa reportagem entrou em contato com o órgão, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.
Confira a situação de como os internos viviam (Fotos: Glenda Machado)
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