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Desperdício público há duas semanas
Por Livia Rangel
Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 00:00
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A luz do sol anuncia que é dia. Mas mesmo com a chegada da claridade, as luzes nunca se apagam na Avenida Beira Mar, na Praia do Morro. Há pelo menos duas semanas, diversas lâmpadas de postes da iluminação pública se mantém acesas 24h. O desperdício tem incomodado moradores e turistas que visitam o cartão postal de Guarapari.
“Eu moro aqui na Beira Mar. Todo dia que acordo e venho na varanda vejo que os postes continuam acesos e é assim o dia todo. Está sem desligar desde o Natal. Pelo menos aqui, próximo ao quiosque 19 e 20. Só quero ver na hora que chegar a conta de luz, se vamos ter que pagar pelo desperdício da prefeitura”, conta a aposentada Inês Barcelos.
Essa é uma das principais dúvidas: será que esse custo “adicional” vai para o bolso do morador? Para esclarecer essa questão e tentar entender o motivo pelo qual as luzes não são apagadas durante o dia, a nossa equipe entrou em contato com o responsável pela iluminação pública: a Companhia de Melhoramentos e Desenvolvimento Urbano de Guarapari (Codeg).
De acordo com o supervisor Altair Parteli, a empresa responsável pela iluminação pública, que é terceirizada pela prefeitura, já foi advertida e acaba hoje o prazo para adequação dos postes. “Se ela não cumprir, será multada e entraremos com processo emergencial solicitando o encerramento do contrato”, explica o supervisor.
Ele ainda destacou que já foi aberto um processo licitatório para contratação de uma nova empresa. “O contrato que está em vigor não atende mais as necessidades de manutenção de Guarapari. O contrato está defasado e o número de solicitações de novos pontos de luz só cresce”, ressalta Altair.
Quanto ao custo, ele garante que não é repassado para a conta do consumidor. “A taxa de iluminação pública que o morador paga é estabelecida pela lei municipal 2264/2002. Ela define o valor de acordo com o consumo de cada casa ou estabelecimento comercial. Por exemplo, quem consome de 31 a 51 kWh por mês, paga 5,11% da tarifa total. Esse acréscimo do gasto é de responsabilidade da Escelsa”, esclarece.
Altair também explica que os problemas no trânsito têm dificultado os serviços de manutenção. A grande quantidade de veículos estacionados nas orlas impede o caminhão de chegar aos postes para fazer os devidos reparos e consertos. “Não é só a Praia do Morro. Todas as orlas, praticamente, estão com esse problema, como Setiba, Bacutia, Meaípe”, disse.
Não são só os moradores que mostram indignação, turistas também se revoltam como o caso da turista mineira Paula Nobre de Lima. “Todo mês recebemos uma mensagem na conta de luz nos lembrando que a partir deste ano haverá cobrança extra para quem gastar mais energia. Mas o poder público não dá o exemplo. Eles são os primeiros a não economizar”, afirma a educadora física.
Isso porque as distribuidoras de energia vão incluir na conta de luz a partir deste mês, as novas regras das bandeiras tarifaria: verde (sem acréscimo na tarifa), amarela (acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 kWh consumidos) ou vermelha (acréscimo de R$ 3,00 para cada 100 kWh consumidos). Com o novo sistema, o cliente poderá arcar mensalmente com uma taxa extra de até 8%.
Será que vai valer também para a Escelsa? Para o consumidor, a saída é usar a energia de forma racional e se vir postes com luzes acesas durante o dia, reclamar na Codeg (3361-5592).
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