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Encerradas investigações sobre queda do monomotor no ano passado em Guarapari
Por Aline Couto
Publicado em 10 de agosto de 2021 às 17:34
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As investigações a respeito da queda do avião de pequeno porte sobre o escritório da empresa Dismagua, no bairro Aeroporto, em Guarapari, chegaram ao fim. O acidente aconteceu em fevereiro de 2020, a aeronave ficou destruída e os dois ocupantes sofreram lesões fatais.
De acordo com o relatório do SIPAER – Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, elaborado com base na coleta de dados sobre o acidente, após a decolagem, a aeronave efetuou curva à direita, executando mais de 180º de curva, vindo a colidir contra o terreno a 145m do pátio de manobras do aeroporto.
Testemunhas
Segundo o documento, duas testemunhas afirmaram que a aeronave apresentou sinais claros de falha do motor durante a decolagem, a partir da via de intersecção com o pátio de manobras; uma testemunha reportou que ouviu do piloto a informação de que a aeronave apresentou falha de suprimento de combustível para o motor, e que tentou reacendê-lo; e uma testemunha relatou que, habitualmente, os pilotos não executavam todos os procedimentos previstos na inspeção de pré-voo ao chegarem à aeronave para voar.
Inspeção
Ainda no relatório consta que a aeronave realizou a inspeção de 50h em Juiz de Fora, Minas Gerais, onde foi observado um pequeno vazamento pelo filtro de combustível, sendo feito o reparo. Também foi relatado que a vedação dos bocais de abastecimento dos tanques de combustível apresentava sinais de desgaste; duas gotas de água foram encontradas na cuba do carburador, bem como sujidade no filtro de tela do referido componente; e o resultado da análise na amostra do combustível atestou a presença de água e de um polímero fluorado do tipo poli (tetrafluoretileno). Porém, os resultados encontrados na amostra de óleo não apontaram evidências de contaminação.
Piloto e aeronave
Sobre o piloto e a aeronave: o piloto estava com o Certificado Médico Aeronáutico (CMA) válido, com a habilitação de Avião Monomotor Terrestre (MNTE) válida, e qualificado, possuía experiência no tipo de voo. A aeronave estava com o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) válido, e dentro dos limites de peso e balanceamento. Mas, não foi possível obter informações acerca da escrituração das cadernetas de célula, de motor e de hélice da aeronave.
No relatório, também foi informado que as condições meteorológicas eram propícias à realização do voo naquele dia e que houve reporte de grande volume de chuvas na região nos dias que antecederam ao acidente.
Conclusão
O documento apresenta que o piloto e o copiloto envolvidos no acidente não relataram problemas técnicos durante o período de voo em Guarapari; e não foram encontradas evidências de problemas técnicos no motor ou nos seus componentes.
Após a análise dos fatos, a conclusão do SIPAER aponta para um conjunto de fatores que pode ter promovido a perda de potência ou até mesmo feito o motor apagar durante a decolagem da aeronave.
“…Com isso, pode-se construir um cenário no qual: o desgaste acentuado nas vedações dos bocais de abastecimento dos tanques de combustível; a inadequação dos serviços pretéritos de manutenção; o regime de chuvas observado na região nos dias que antecederam ao acidente e as falhas no cumprimento das ações de preparação da aeronave para o voo geraram as condições que propiciaram a contaminação, por água e outras impurezas, do combustível que foi parar nas linhas de alimentação do motor. A conjunção desses fatores pode ter promovido a perda de potência ou até mesmo o apagamento do motor do PT-AOP, quando da decolagem do aeródromo”.
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