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Entenda por que a prefeitura quer acabar com o Parque das Flexeiras em Guarapari
Por Redacão Folha Vitória
Publicado em 15 de março de 2017 às 20:00
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Você conhece o Parque das Flexeiras? Nós também não. Na última sessão da Câmara, a prefeitura encaminhou um projeto de lei que acabaria com a desconhecida reserva. A matéria foi colocada em pauta, mas encontrou resistências dos vereadores, com razão, pois não havia informações suficientes e acabou não sendo votada.
Procuramos saber da prefeitura o motivo para se acabar com uma unidade de conservação. Posicionamento que, à primeira vista, vai na contramão do senso comum em uma época em que se fala tanto em preservação e sustentabilidade.
O “Parque Natural Municipal Parque das Flexeiras” foi criado pela Lei 2927 de 2008. Corresponde a uma área que fica atrás do morro de Perocão (onde fica o novo reservatório da Cesan). Depois de criado, pouca coisa aconteceu e a área continuou a ser loteada, pelos donos de fato, e o município não fez nenhuma intervenção necessária, como por exemplo, desapropriar a área e pagar ao dono legal o valor correspondente do terreno.
“
Na época o conselho municipal de meio ambiente só soube do projeto depois de aprovado na Câmara. Sugerimos então que se criasse um jardim botânico da Mata Atlântica, mas nada foi feito. A área não nada. É um terreno muita vegetação e que está praticamente ocupada. Acredito que o município poderia investir em várias outras áreas da cidade onde é mais necessário recursos, como na região de montanha e no próprio parque Morro da Pescaria”, explicou Celso Maioli, que é presidente da ONG Força Verde, uma das responsáveis pela criação do parque Morro da Pescaria.
Maioli explicou que hoje, da forma que está, a área não teria muito uso como reserva, pois há muitos moradores já estabelecidos e que isso geraria alta despesa para o município no processo de desapropriação.
Estes também foram os argumentos da prefeitura para defender o projeto que acaba com o status de parque.
“Entre essas medidas que deveriam ser tomadas e não aconteceram, está a desapropriação do terreno, lembrando que, consta nos autos do processo que o loteamento onde foi criado o parque, é um parcelamento irregular do solo urbano, que também não obedeceu aos trâmites legais para sua implantação.
E continuou: “Como não ocorreu essa desapropriação e a respectiva indenização, o “Parque” criado não caminhou na legalidade, sendo assim, como ficou à mercê do tempo, surgiram aproveitadores que invadiram a área”.
Para finalizar, os argumentos da prefeitura são quanto ao custo de se manter o parque.
“Manter este ‘parque’, hoje, geraria um alto custo para o município. Guarapari já possui 4 Unidades de Conservação devidamente implantadas em sua área urbana, o que representa aproximadamente 15.420 ha, destacando o município como um dos maiores índices de área protegidas”.
Agora resta saber o que será dito na audiência pública que ainda será marcada para discutir o projeto de lei que termina com o parque e como a Câmara se portará diante deste impasse.
*As quatro unidade de conservação citadas pela prefeitura nesta reportagem são: Morro da Pescaria, Concha d’Ostra, Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba e Parque Paulo César Vinha.
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