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Entrevista: voluntária de 81 anos conta como se tornou exemplo em Guarapari
Através da reciclagem, Dona Sônia encontrou uma forma de ajudar projetos sociais
Por Pedro Henrique Oliveira
Publicado em 26 de março de 2023 às 13:00
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Desde nova o olhar para o próximo era uma característica de Dona Sônia Garcia. Hoje, aos 81 anos, ela é um exemplo de compromisso com o meio ambiente e causas sociais. Através do trabalho voluntário de separação e recolhimento de materiais recicláveis, diferentes projetos conseguem captar recursos para manter os objetivos, como a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Guarapari, a ONG Jardins das Borboletas e o projeto Guaratampinhas. Em entrevista à Revista Sou, a mineira de Lambari, mas que foi criada em São Paulo, contou um pouco de sua história inspiradora e os motivos que a levaram ao voluntariado.
folhaonline.es: Quando a senhora chegou a Guarapari?
Dona Sônia: Nós viemos em 1983. Meu marido já estava aposentado, mas eu ainda não. Eu já conhecia Guarapari, passei férias e me apaixonei pela cidade. Éramos comerciantes em São Paulo, e decidimos mudar para cá com nossos três filhos.
folha: Com 81 anos, a senhora escolheu uma causa para ajudar. Por quê?
DS: Nós moramos por 40 anos em São Paulo, e lá eu ajudava pessoas na escola dos meus filhos. Sempre tive um trabalho de voluntariado, meu marido fez parte do Rottary Clube, que realizava ações para ajudar instituições. Eu sempre tive esse olhar para o outro, já fui católica, mas sou espírita há quase 20 anos, e o espiritismo me fez ver as coisas de uma forma diferente. Então, se Deus me dá muito, por que eu não vou ajudar?
folha: E de que forma a senhora encontrou os projetos sociais que ajuda?
DS: Eu já fazia reciclagem de outros materiais há alguns anos, e conheci a Alanna, que é a presidente do Guaratampinhas, ela estava com dificuldade, porque trabalho voluntário é complicado. Então, passei a ajudar ela. Nas caminhadas que eu fazia, sempre me chamou atenção a quantidade de animais abandonados, então quando descobri esse projeto fiquei muito feliz. A Alanna trabalhava praticamente sozinha, ela comentou que não tinha mais espaço para colocar os materiais separados. Eu falei: ‘espaço eu tenho’, aí começou e continua crescendo, não sei até onde vai.
A Asscamarg eu já conheço há bastante tempo, e a parceria já existe há anos. Já o Jardins das Borboletas descobri pelo Fraternidades Sem Fronteiras. É uma ONG importantíssima que ajuda crianças com epidermólise bolhosa, que é uma doença grave.
folha: E como a senhora se sente realizando esse trabalho?
DS: Eu fico feliz da vida quando recebo bilhetinhos juntos com os materiais dizendo “obrigada pelo trabalho”, é muito bom, melhor do que qualquer pagamento.
folha: Qual mensagem a senhora gostaria de passar para os jovens sobre essa conscientização com o meio ambiente e as causas sociais?
DS: Eu espero que eles comecem a entender o problema que está sendo criado para o futuro. Que olhem de uma outra forma. Temos que investir nas crianças. Eu recebo saquinhos com cinco, seis tampinhas sujas de areia. Você sabe que são crianças que recolheram e trouxeram, tem projetos nas escolas também. Isso é muito importante.
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