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Família acusa UPA de Guarapari de negligência pelo falecimento do ente
Por Aline Couto
Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 16:51
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O paciente morreu durante a transferência para um hospital em Vitória
A família do Pastor Edilson de Jesus, falecido na última sexta-feira (17), alega que a morte do mesmo poderia ter sido evitada se a Unidade de Pronto Atendimento – UPA – de Guarapari não tivesse negligenciado o atendimento e feito a transferência dele para um hospital com mais recursos.
Segundo o relato da sogra de Edilson, Valdete Alves dos Santos, ele foi três dias seguidos a Unidade de Pronto Atendimento com dores no estômago, vômito e diarreia e os médicos só passaram soro e medicamento para dor. E logo ele era liberado.
Quando retornou no terceiro dia, ele estava com muita dor de cabeça e inchado. Foi quando fizeram um exame de sangue e internaram. De acordo com o relato, os médicos da UPA falaram que ele estava com uma bactéria. A sogra contou que não fizeram nenhum outro exame e o medicaram com vários remédios diferentes sem dizer o nome a nenhum parente. A família, residente no bairro Adalberto, não tinha informação de nada no tratamento.
No dia seguinte a internação, Edilson foi encaminhado para outro quarto, sedado e intubado sem autorização e comunicação a ninguém, de acordo com as informações. Um dos médicos disse aos familiares que nesse momento ele já estava com infecção generalizada e o estado era gravíssimo, poucas chances.
Somente depois de toda situação, ainda segundo o que nos foi passado, que a Unidade pediu a transferência do paciente, que nesse momento estava completamente inchado e com a pressão 4. Mas, a ambulância não pode levá-lo porque não tinha equipamentos suficientes, nem UTI móvel.
Na sexta, quando conseguiram ambulância de um hospital em Vitória para a transferência, o paciente já estava muito debilitado e faleceu durante o trajeto.
“Vamos buscar nossos direitos na justiça. É um absurdo o que estão fazendo com a saúde no município, um descaso muito grande. Já ouvi casos de outras famílias que passaram pela mesma situação. Estamos organizando uma passeata para que não caia no esquecimento o que aconteceu com o meu genro”, relatou Valdete.
A prefeitura foi questionada sobre a não realização de exames no paciente, a demora na transferência, a falta de informações para a família e a respeito da ambulância sem recursos. O órgão respondeu através de nota:
”A direção da Unidade de Pronto Atendimento informa que o referido paciente deu entrada na unidade no dia 07/01/2020 e, segundo suas queixas, foi classificado através do Protocolo de Manchester (sistema de classificação de risco instituído pelo Ministério da Saúde) como “verde”, ou seja, “pouco urgente”. Na ocasião, foi atendido, medicado e liberado após relatar melhora dos sintomas.
No dia 13, retornou à UPA, tendo sua classificação de risco como “laranja”. O paciente foi atendido, medicado, além de ter realizado todos os exames necessários e disponíveis, de acordo com seu quadro clínico. O paciente foi, então, cadastrado na Central de Regulação de Leitos de Internação (regulação Estadual) e aguardava a liberação de uma vaga em hospital.
O paciente apresentou piora do quadro no dia 16/01, pela manhã, e foi encaminhado à sala de emergência, onde foram realizados todos os procedimentos necessários para a manutenção e estabilidade do quadro clínico do paciente, até a liberação da vaga.
A vaga foi cedida às 14:52h, quando imediatamente foi acionada a remoção (UTI móvel), de competência estadual. O paciente foi transferido na mesma data pela empresa que presta serviços ao Estado.
A Unidade de Pronto Atendimento – UPA 24h faz parte da Rede de Atenção às Urgências, cujo objetivo é concentrar os atendimentos de saúde de complexidade intermediária, compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção básica, atenção hospitalar, atenção domiciliar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192.
Desta forma, a população terá uma melhoria no acesso, um aumento da capacidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
A UPA 24h oferece estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação.
Se necessário o paciente poderá ser encaminhado para um hospital da rede de saúde, para realização de procedimento de alta complexidade”.
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