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Fundadora da REPAS e defensora de causas sociais em Guarapari, Serê falece de dengue
Conhecida na cidade, ela foi moradora da primeira casa construída na Praia do Morro
Por Aline Couto
Publicado em 18 de abril de 2023 às 11:33
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Serenella Picciafuoco, 79 anos, não resistiu as complicações da dengue e faleceu no último sábado (15). Serê, como carinhosamente era conhecida, foi defensora da cultura e da organização da sociedade, sendo uma voz nas comunidades. Foi uma das fundadoras da REPAS – Rede de Promoção de Ambientes Seguros.
“Ela foi diagnosticada com dengue e todos os órgãos vitais foram tendo agravamento, virou um caso gravíssimo. A saúde já não estava tão boa, a dengue uniu-se a um quadro de pneumonia grave, fazendo-a ter parada cardiorrespiratória. Na UTI – Unidade de Terapia Intensiva fez hemodiálise por conta da falência dos rins e perdeu a funcionalidade do pulmão direito. Foi entubada na terça-feira (11) no UPA – Unidade de Pronto Atendimento de Guarapari e encaminhada para o Hospital Antônio Bezerra, em Vila Velha, onde ficou totalmente sedada e sem dor. Desencarnou sem sofrimento com 79 anos bem vividos”, relatou a neta, Luana Picciafuoco.
Nascida em 1944, a italiana que chegou ao Brasil aos 9 anos, foi a moradora da primeira casa construída na Praia do Morro. “Os pais construíram a primeira casa da Praia do Morro, que é onde eu morava com ela. Há uns anos vovó saiu em um jornal da cidade com uma foto na frente da casa. Eu era criança, mas me lembro que a reportagem era sobre a primeira casa do bairro. Quando meu bisavô a construiu, não tinha nada. Só aquela igreja onde fica o parque de diversão. Ali tinha até uma lagoa”, descreveu.
Sobre quem era a avó, Luana enfatizou que era a pessoa mais incrível e dedicada com a educação no Brasil, e estava sempre envolvida em movimentos sociais. “Um dos movimentos bem famosos que participou foi o Projeto Salva Jovem, que fez uma diferença enorme na vida de muitas crianças e a adolescentes anos atrás. Ela era formada em pedagogia e ministrou aulas em diversas escolas pelo Brasil, com seu estudo revolucionário. Foi professora e pedagoga até o fim. Batalhou como ninguém pelas causas sociais, principalmente aqui em Guarapari”.
Falecimento
Serenella faleceu no sábado (15), às 16h, e foi velada no Paz Eterna, no bairro Muquiçaba. No domingo, dia 16, às 11h, foi sepultada no cemitério São Tobias, no Coroado.
Ela teve dois filhos, Flávio, que faleceu em 2018, e Elizabeth Verônica. E deixou quatro netos: Luana, Hélio Henrique, Vincenzo e Vitório Picciafuoco.
Homenagens
Membro da REPAS lamentaram o falecimento e falaram sobre Serê.
“Descanse em paz minha amiga, tão especial e tão amada Serenella Picciafuoco, Serê, você marcou a minha vida. Sempre foi minha inspiração, vivia pegando no meu pé para estudar e ser advogada. Uma mulher decidida, franca, brava quando era preciso, porém muito humana, justa, meiga e verdadeira. Meus sentimentos, aos familiares e amigos. Seu sorriso e risada estarão sempre no meu coração, e aqui você nunca morrerá. Um até breve!”, se despediu Luciana Gonçalves.
“Uma pessoa maravilhosa! Uma guerreira, que sempre lutou para o melhor da nossa cidade. Muito atuante e participativa, não só na REPAS, mas em outras reuniões”, frisou Luiz Cláudio SantAna.
“Falar da Serê como era carinhosamente chamada por opção da própria, na REPAS é recordar dos tempos em que ela era presença essencial na Rede. Serê foi uma de suas fundadoras. Sempre muito atuante, fazia valer o papel da mulher que só queria o melhor para a cidade que optou em morar. As vezes ríspida, se necessário fosse, mas na maioria das vezes um poço de carinho. Serê sempre debatia os pontos de pauta das nossas reuniões com uma sabedoria sem tamanho. Parece até que estudava a pauta antes. Se informava, convocava, cobrava soluções. Mulher de fala fácil, empolgante, que fazia se entender que queria soluções. Posso afirmar que a REPAS perdeu uma grande parceira quando na época resolveu se afastar, por conta de problemas que eram apresentados por várias vezes e nunca resolvidos. Assim era a Repasiana raiz”, ressaltou Otília Piumbini.
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