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Guarapari: após dois anos, ex-funcionários da rede Santo Antônio ainda buscam direitos na Justiça
Por Pedro Henrique Oliveira
Publicado em 16 de novembro de 2022 às 19:03
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Cerca de dois anos após encerrar suas operações, a antiga rede de supermercados Santo Antônio ainda possui uma longa lista de ex-funcionários que precisam receber valores referentes a direitos trabalhistas. A empresa, que durante décadas foi referência no comércio de Guarapari, enfrentou uma série de reviravoltas após uma tentativa frustrada de venda para um grupo paulista.
Hoje, cerca de 700 ex-funcionários da rede buscam receber na Justiça valores de direitos trabalhistas, que incluem férias, 13º salário e FGTS.
A grande expectativa de muitos funcionários é que, com a possível concretização da venda do prédio da antiga unidade do Santo Antônio em Muquiçaba, os valores sejam pagos em breve. O espaço, que hoje está alugado para a rede Extrabom, foi colocado à venda pela justiça através de leilão em um processo de alienação particular, decorrente dos processos trabalhistas.
Um ex-funcionário, que trabalhou durante três anos na empresa e preferiu não se identificar, contou estar muito confiante com a venda do imóvel e lamentou que a empresa tenha passado por isso.
“Estou muito confiante. Sinceramente, eu sinto falta da loja, mas foi frustrante ficar sem receber o pagamento durante dois, três meses direto. O FGTS só foi liberado depois do processo, ficamos de sete a oito meses sem receber. Estamos há dois anos sem receber e estamos precisando”.
Um outro ex-contratado que conversou com a reportagem disse ter sido bastante prejudicado pela situação da empresa. “Comecei a trabalhar na empresa em 2015. Os atrasos de salários começaram alguns meses antes da empresa fechar, fui mandado embora assim que ela fechou, sem receber dois salários, sem aviso prévio e sem o valor das minhas férias, que estava atrasado. Quando eu trabalhava lá, a empresa exigia muito esforço no setor em que eu trabalhei, de embalador, mas no fim me prejudicou muito”.
Para o advogado Edson Lourenço, representante de cerca de 130 ex-funcionários da rede Santo Antônio, a venda do imóvel pode viabilizar o pagamento de boa parte das dívidas trabalhistas da empresa. “Não todos os funcionários, mas a grande maioria irá receber”, afirmou.
No leilão, o prédio recebeu uma única proposta de compra, de R$ 7.100.000,00, valor do lance inicial. Segundo o leiloeiro oficial, a proposta passaria pela avaliação do magistrado responsável. Não foram divulgados mais detalhes sobre o lance.
Edson Lourenço explicou que, a partir da decisão do juiz, a Vara irá definir a forma de pagamento para os funcionários. “Após a venda, já que se trata de alienação particular feita por leiloeiro judicial, o juízo da Vara irá determinar a forma de pagamento e a justiça irá emitir alvará a cada ex-funcionário sob o valor que possui a receber, tais valores já se encontram em planilhamento concentrado”.
Procurados para comentar, os representantes da rede de Supermercados Santo Antônio não responderam até o fechamento da matéria. Caso retornem, o texto será atualizado.
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