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Guarapari Esporte Clube quebra o silêncio e explica situação do Estádio Davino Matos

Por Glenda Machado

Publicado em 28 de julho de 2015 às 21:09

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ESTÁDIO Davino Matos era a casa do Guarapari Esporte Clube.

O Guarapari Esporte Clube (GEC) quebra o silêncio e resolve se pronunciar oficialmente por meio de uma nota à imprensa a fim de esclarecer as dúvidas que pairam no ar sobre o Estádio Davino Matos. São 13 páginas que trazem a versão da diretoria do clube sobre as vendas do imóvel, como foi usado o dinheiro, a situação dos lojistas locados no entorno e o andamento da obra do novo estádio em Jabaraí, perto da Rodovia do Contorno.

O Clube se dirige aos boatos que rondam a cidade como “grupinhos de desocupados, baderneiros e insensatos” e que se “sente no dever e na obrigação de trazer à luz os esclarecimentos sobre as mazelas herdadas da diretoria anterior sendo difundido através da mídia local por meio de um repugnante burburinho de baixíssimo nível via internet, mas de grande repercussão”.

O GEC destacou que “quem vendeu e de forma acintosa o estádio foi a diretoria que geriu os destinos do clube até o final de 2004”. E ainda ressalta que “toda balbúrdia vem sendo liderada por um desqualificado cidadão irreverente oposicionista à atual gestão administrativa do clube. E a sua insolência é de tal magnitude que chega ao desplante e desfaçatez de instituir processos judiciais contra a associação com um rosário de documentos falsos”.

A atual diretoria informou que só assumiu em 2005 – após a primeira venda realizada no final de 2004. “Não concordamos com o contrato de venda respaldado em decisão emanada de uma fictícia assembléia geral tão pouco de como os diretores da época aceitaram de forma estranha e suspeita como forma de pagamento um parcelamento a perder de vista e assumindo compromissos sem a menor possibilidade de cumprimento que levaram o clube à condição de inadimplente”.

E os lojistas?

O Clube também explicou a situação dos 32 lojistas locados no entorno do estádio. “As lojas comerciais reputadas como um manancial de volumosos recursos financeiros e que segundo nossos oponentes vem municiando nossos bolsos estavam alugadas por prazos quase que infinitos e por valores irrisórios – R$ 300 em média – dificultando até hoje todas as investidas que objetivavam os seus reajustes a um patamar mais digno, justo e satisfatório”.

Ainda destacaram problemas com alguns inquilinos que “em agressão a cláusulas contratuais e sob complacência da antiga diretoria tiveram a pouca vergonha de construir puxadinhos em seus estabelecimentos sublocando-os por valores superiores aos que compromissaram a pagar”. Lembrando que os comerciantes receberam notificações extrajudiciais para se retirarem dos estabelecimentos em até três meses.

Saiba Mais

Comerciantes têm 90 dias para deixar lojas Estádio Davino Matos

Onde está o dinheiro da venda?

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ARQUIBANCADA do estádio começou a ser demolida para a construção de um mega empreendimento com shopping, estacionamento rotativo e três torres – uma comercial, outra residencial e um apart-hotel.

O GEC informou que vendeu o imóvel em 23 de abril de 2012 para a Alfa Engenharia por R$ 20 milhões, sendo R$ 10 milhões para o Clube e R$ 10 milhões para a Gamacruz – uma das compradoras da primeira venda.

“Como sinal, o Clube recebeu a importância de R$ 6 milhões dos quais a compradora reteve R$1,5 milhão a título de indenizações aos também herdados 32 lojistas instalados no entorno da área adquirida de 12 mil metros quadrados”.

Com o restante, R$ 4,5 milhões, a diretoria disse que “quitou a dívida contraída pela gestão anterior no valor de R$1,2 milhão livrando-se de todas as restrições junto ao cartório além de acertar a situação de inadimplência perante o INSS, SPU, Caixa (FGTS), Receita Federal (IR)”.

Esse dinheiro também foi usado pela diretoria para “aquisição de uma área de terras com 100 mil metros quadrados em Jabaraí, rente à Rodovia do Contorno, às margens do Rio Perocão, por R$ 1,3 milhão, hoje avaliada em R$ 10 milhões”.

Quanto ao restante, disse que “por força dos entraves jurídicos surgidos após a negociação de 2004, só agora é que a compradora pode pagar os R$ 4 milhões que faltavam divididos em duas parcelas de R$ 2 milhões, sendo que uma já foi depositada na conta corrente do clube na posse do bem em 20 de junho de 2015 e a outra é um cheque pré-datado para 20 de setembro. Esse dinheiro nos permitirá dar continuidade as obras visando a edificação da futura área de esportes em Jabaraí”.

Saiba Mais 

Justiça manda parar obra do estádio Davino Matos

Por que a nova obra está sendo investigada pelo MPF?

A diretoria conta que as obras do novo estádio já começaram visando a construção de sua nova praça de esportes. Até o momento já foram feitas “a elaboração de projeto arquitetônico, obtenção de licenças ambientais, levantamento topográfico, construção de ponte, implantação de cercas aramadas, instalação de sistema de rede elétrica, instalação de engenho para captação de água subterrânea, serviços de acesso, retirada de vegetação daninha, terraplenagem e aterro de 150 mil metros cúbicos, preparação do piso do campo de treinamento e do principal com instalação de sofisticado sistema de drenagem”.

Também explicou sobre as exigências de regularização ambiental por parte do Ministério Público Federal e Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Consta na nota oficial que “está em andamento as exigências ambientais que nos impôs a realização de serviços de recuperação de áreas mesmo que degradadas por terceiros o que nos levou a execução da perfuração de poços para captação de água para alimentação do sistema de irrigação das mudas de vegetação nativa própria da Mata Atlântica que estão sendo cultivadas”.

Saiba Mais

MPF investiga obra do novo estádio do Guarapari Esporte Clube

Confira a nota na íntegra:

 

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