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Guarapari tem duas suspeitas de Zika
Por Glenda Machado
Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 20:54
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O que antes era medo virou realidade. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou hoje em coletiva que há duas suspeitas de Zika em Guarapari. Embora seja uma doença nova, o transmissor é um velho conhecido: Aedes aegypti. O mesmo mosquito da Dengue e da Chikungunya.
“Nós temos dados de dengue, o que significa que o mosquito vive em Guarapari. Os cuidados devem ser redobrados, precisamos acabar com os criadouros. Essa é a nossa guerra, contra o Aedes aegypti. Há tanto tempo tentando combater e agora ele provoca uma nova doença que afeta principalmente as grávidas por desenvolver microcefalia nos bebês”, afirma a secretária da pasta, Aurelice Vieira.
No Estado já são 11 casos confirmados até o último dia 3 de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde. “Já é um dado alarmante, porque todo estado tem um índice de microcefalia e o nosso era de 3 a 4 casos por ano. Já estamos com 11 em meses. Em Guarapari temos duas suspeitas, sendo uma grávida e outra que o bebê já nasceu”. Entre as sequelas estão: atraso mental, déficit intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez dos músculos.
A Dengue também já matou duas pessoas no município e tem mais dois casos em investigação. “Não estamos com epidemia de Dengue. Nosso índice é de 38 casos por 100 mil habitantes. O Ministério da Saúde considera risco quando ultrapassa 300 casos por 100 mil habitantes. Mas é preciso conscientizar a população. Em Guarapari, 80% dos criadouros estão dentro das casas”, alerta.
Mutirões de limpeza a partir da próxima sexta
Conscientizar e acabar com os focos do mosquito. Esses são os principais objetivos da mobilização que a prefeitura vai fazer a partir da próxima sexta em bairros considerados prioritários: dia 11 será em Kubitscheck, dia 14 no Itapebussu, dia 16 em Muquiçaba, dia 18 na Praia do Morro e dias 21 e 22 em Santa Mônica. Será uma ação em conjunto com as Secretarias de Saúde, Meio Ambiente, Fiscalização, Obras, Codeg e Vigilância Sanitária.
“No primeiro dia vamos estar nas ruas com panfletagem e muita orientação. Depois vamos envolver igrejas, lideranças comunitárias, escolas nesses mutirões focando a retirada dos pneus, fiscalizando os terrenos baldios e até notificando estabelecimentos irregulares. Enquanto isso as equipes de combate a endemias vão fazer a ação dentro das casas”, explica a secretária de Saúde, Aurelice Vieira.
“Não fique grávida”, essa é a orientação
“Não fique grávida”, essa é a primeira orientação dos médicos e dos órgãos públicos. Primeiro, porque se trata de uma doença nova sem muitos conhecimentos científicos. Mas se o exame já deu positivo ou se a barriguinha já está aparecendo, a recomendação é redobrar os cuidados.
“Até os sintomas mais leves devem ser levados em consideração. Qualquer suspeita, por mínima que seja, deve procurar imediatamente o médico ou a unidade de saúde”, afirma o infectologista Paulo Peçanha.
Ele ainda alerta que evitar o contato com o mosquito também é importante. “Usar manga comprida e calça, de preferência. Além de ter o repelente na bolsa, para que possa renovar várias vezes ao dia. A escolha do produto deve ser feita sob orientação médica”.
Embora os riscos possam ser maiores na fase inicial da gestação, ainda não foi comprovado que não há possibilidades de complicações nos meses finais. “No início tem uma preocupação maior por ser o período de formação do feto. Mas os conhecimentos médicos ainda são poucos”.
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