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Janeiro Branco: mês marca campanha em prol da saúde mental
Conversamos com a Dra. Alba Sampaio, que é psicóloga clínica, professora e psicodramatista, sobre o tema.
Por Gislan Vitalino
Publicado em 9 de janeiro de 2021 às 08:30
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No mês de janeiro acontece a campanha que propõe o diálogo sobre questões relacionadas à saúde mental, o chamado Janeiro Branco. A campanha acontece anualmente, sempre no primeiro mês do ano. Isso porque, de forma simbólica e cultural, é nessa época que as pessoas estão mais propensas a pensar e planejar o ano, as relações sociais, suas condições e emoções.
Conversamos com a Dra. Alba Sampaio, que é psicóloga clínica, professora e psicodramatista, sobre o tema. Ela pontua que campanhas como essa são importantes para lembrar e conscientizar a população sobre o tema. “A saúde mental é importante o ano todo, mas campanhas como essa dão um enfoque necessário nas questões da saúde mental”, afirma.
Segundo a psicóloga, a preocupação com a saúde mental acaba sendo deixada de lado por parte da população. “A gente está sempre falando sobre a saúde física e cuidando dela. Fazemos exames, vamos ao médico, cuidamos das unhas, do cabelo. Mas e mentalmente? Será que a gente também se cuida? Será que pensamos em uma respiração consciente, uma boa leitura, coisas que cuidem da nossa saúde mental?”, questiona Dra. Alba.
De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo (9,3%) e o segundo país do continente americano com o maior número de casos de depressão (5,8%). Ainda segundo a OPAS, até 50% das pessoas com transtornos mentais nos países mais desenvolvidos não recebem tratamento adequado.
Devido ao cenário de pandemia, especialistas alertam para o elevado número de brasileiros que desenvolveram doenças relacionadas a má qualidade da saúde mental: 80% da população reportou sintomas moderados a graves de ansiedade e 68%, depressão, segundo uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O estudo também apontou que 50% dos brasileiros tiveram alteração no sono e 65% relataram aumento do sentimento de raiva.
Para Alba, os tempos que vivemos tem uma grande relevância sobre esses dados. “Com o advento da internet e essa expansão das redes sociais, muitos de nós, principalmente os mais jovens, mergulham em um mundo que não é o nosso. As redes sociais nos apresentam uma realidade plástica, irreal, por vezes inalcançável e comparar aquela realidade com a realidade em que vivemos nos afeta. Por isso dedicar esse tempo a cuidar de si a da saúde mental é tão importante”, explicou a psicóloga.
Como cuidar da saúde mental?
A adoção de bons hábitos pode ajudar na melhora dos quadros de ansiedade e depressão, além de promover mais bem-estar físico e emocional. Profissionais apontam que o acompanhamento psicológico e o envolvimento em atividades que geram bem-estar são essenciais nesse processo. É importante também fazer atividade física regular e evitar consumo excessivo de notícias de fontes não confiáveis.
*Com informações de Agência Nacional de Saúde.
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