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Junto a equipe de Alfredo Chaves, piloto capixaba realiza voo inédito no céu do Jalapão
Equipe esperava voos entre 20 ou 30 quilometros de distância, mas voo alcançou a marca recorde de 83 quilômetros de distância
Por Gislan Vitalino
Publicado em 29 de junho de 2021 às 15:00
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Em uma temporada de voo na região do Jalapão, em Tocantins, o piloto capixaba de parapente, Almir Poltronieri, conseguiu alcançar uma marca inédita para a região. Junto à equipe da TakeOFF Adventure, de Alfredo Chaves, Almir realizou um voo de 83km em um território novo, jamais voado de parapente.
Segundo o piloto, a distância e o trajeto percorrido não eram os esperados inicialmente, já que a equipe tinha planejado um voo mais curto, pois as condições da região não indicavam possibilidades de voos tão longos, com decolagens realizadas a partir de reboques, com veículos em solo.
“Nós fizemos várias decolagens em que não conseguíamos fazer voos distantes, o objetivo sempre era algo em torno de 20 ou 30km. Até que em uma delas eu consegui identificar e alcançar algumas térmicas que me fizeram ganhar altitude. Foi quando passei um rádio para a equipe em solo e expliquei que tinha ganhado uma altitude boa e eles me orientaram a seguir o voo”, afirmou o piloto.
Poltronieri, que já havia visitado a região, mas nunca voado lá, ficou muito feliz com a realização. “O voo em uma região como a do Jalapão é muito diferente, pelas paisagens e pela natureza e pela dinâmica do voo em si. Para mim, que tinha visitado a região antes sem voar lá, foi algo muito bonito, porque quando conheci o lugar, ficava imaginando conhecer a região de cima e dessa vez pude conhecer tudo em uma experiência única”, contou o piloto.
O resgate
A equipe em solo responsável pelo resgate do piloto então começou uma jornada que duraria mais de dez horas até encontrar novamente com Almir. O aparato tecnológico permitiu acompanhar a localização do piloto até o local de pouso, mas a partir de algum tempo, não disponibilizava mais a comunicação entre os envolvidos. O pneu do veículo da equipe de resgate chegou a furar no trajeto, dificultando ainda mais a resposta da equipe. Ainda assim, a equipe alcançou o piloto cerca de duas horas após o pouso.
O CEO e instrutor da TakeOFF adventure Rodolpho Cavalini integrou a equipe de resgate. Ele contou sobre a apreensão da tarefa. “Como ele já tinha pousado e estava escurecendo, nós ficamos muito preocupados já que estava escurecendo e isso dificultava ainda mais a tarefa de resgate”, explicou.
Pela pouca circulação de pessoas e veículos, a região abriga animais de diferentes tamanhos e espécies, como cobras e a onça-parda. “Graças da Deus fui resgatado antes de algum animal me encontrar, pois já estava preocupado por estar vulnerável naquele local distante de tudo e todos, não tinha para onde correr ou mesmo se esconder. Se não fosse o planejamento, bem como a torcida e estímulo da equipe em terra durante todo o voo, jamais teria realizado um voo como esse!” disse o piloto.
O instrutor frisou a importância do envolvimento e do bom trabalho de equipe para o voo. “Foi um voo pioneiro e com um grau de dificuldade alto, em que o piloto precisa estar em um contato muito bom com a equipe para que tudo dê certo, ficamos todos muito felizes com essa realização”, contou Rodolpho Cavalini.
No retorno para o ponto de decolagem, a equipe conseguiu registrar pegadas de animais que justificavam a tensão de toda a equipe. Confira no vídeo abaixo.
O marco
Com o marco de 83km de distância, Almir realizou um voo de destaque para a região. “Outros voos semelhantes já foram realizados, inclusive ali ao redor, mas nessa região, por não ter rampas, os voos normalmente não ganham essa altitude e não alcançam essa distância”, explicou o piloto.
Com esse voo, o piloto escreve história no céu do Jalapão, desmistificando um voo que muitos pilotos gostariam de realizar.
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