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Lipedema: entenda os sintomas e a importância do diagnóstico precoce
Condição pouco conhecida impacta a qualidade de vida das mulheres
Por Pedro Henrique Oliveira
Publicado em 9 de fevereiro de 2025 às 15:00
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O lipedema é uma doença crônica e progressiva que provoca o acúmulo anormal de gordura, principalmente nas pernas, coxas e braços, causando dor, inchaço e sensibilidade ao toque. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 12,3% das mulheres brasileiras são afetadas pela condição.
Diferente da obesidade, o lipedema não está relacionado ao excesso de peso ou à alimentação, mas sim a fatores genéticos e hormonais, sendo mais frequente em mulheres. Muitas vezes confundida com linfedema ou celulite, a doença pode comprometer a mobilidade e impactar a autoestima, tornando essencial um diagnóstico precoce e um tratamento adequado.
“O lipedema é uma condição que, infelizmente, ainda é subdiagnosticada, mas apresenta sinais bem característicos. O principal sintoma é o acúmulo desproporcional de gordura, geralmente nas pernas e, em alguns casos, nos braços, poupando as mãos e os pés. Esse acúmulo causa um aumento de volume simétrico nos membros, o que pode ser confundido com obesidade ou linfedema”, explica o angiologista e especialista em tratamento de lipedema, Drauzio Oliveira.
Ele acrescenta que os primeiros sintomas estão relacionados não só ao volume de gordura, mas à sensibilidade na região afetada, resultando em dor ao toque, sensação de peso nas pernas e uma tendência a desenvolver hematomas com facilidade, mesmo com traumas leves.
Diagnóstico
Segundo dr. Drauzio, o diagnóstico é, na maioria das vezes, clínico e baseado nos sintomas e sinais relatados pelos pacientes, além de um exame físico detalhado. O histórico familiar também é relevante, pois fatores genéticos estão associados à doença.
“Embora não exista um exame laboratorial específico para confirmar o lipedema, exames de imagem, como a ultrassonografia com doppler, podem ser úteis para descartar outras condições, como o linfedema ou insuficiência venosa crônica. O mais importante é procurar um especialista experiente, pois o diagnóstico precoce faz toda a diferença na qualidade de vida da paciente”, orienta o médico.
Tratamento
Apesar de não ter cura, o controle do lipedema é essencial para impedir sua progressão. Com o tratamento adequado, é possível reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
“Em estágios iniciais, o tratamento conservador é o mais indicado. Isso inclui a terapia descongestiva complexa, que combina drenagem linfática manual, uso de meias de compressão, exercícios físicos de baixo impacto e cuidados com a pele”, reforça dr. Drauzio.
Adotar um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, atividades físicas de baixo impacto e terapias como drenagem linfática ou abordagens da medicina integrativa, pode fazer diferença na qualidade de vida.
“O acompanhamento nutricional também é importante, não para ‘curar’ o lipedema, mas para ajudar no controle do peso corporal e da inflamação, o que pode aliviar os sintomas”, complementa.
De acordo com a farmacêutica Maiara Rodrigues, cremes e tratamentos tópicos podem auxiliar no alívio das dores e sensibilidade da pele. “Existem formulações tópicas que auxiliam na melhora de circulação, redução de edema e de sensação de peso nas pernas, aliviando a dor e incômodos”, explica.
Ela ressalta que suplementos naturais também são aliados importantes no tratamento. “O lipedema é uma doença crônica e de fator sistêmico, principalmente inflamatório. Por esse motivo alguns fitoterápicos, como a curcumina e antioxidantes, são de extrema relevância em seu uso associado ao tratamento” conclui.
Confira algumas dicas que podem ajudar a descobrir a doença. Caso você sinta três dos cinco citados, procure um angiologista:
- Gordura desproporcional – acúmulo simétrico nas pernas, quadris ou braços, poupando pés e mãos
- Dor e sensibilidade – áreas doloridas ao toque e tendência a hematomas fáceis
- Histórico familiar – parentes (geralmente mulheres) com sintomas semelhantes
- Resistência à perda de gordura – as áreas afetadas não reduzem com dieta ou exercícios
- Sensação de peso ou inchaço – pernas pesadas, mas sem inchaço nos pés (diferente do linfedema)
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