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Lula faz discurso de despedida
Por Glenda Machado
Publicado em 24 de dezembro de 2010 às 00:00
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O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva fez, nesta quinta-feira (23), seu último pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV. Ele fez um balanço destacando o que considera conquistas de seu governo e pediu apoio a sua sucessora, Dilma Rousseff, que toma posse no dia 1º de janeiro de 2011. Sobre seu futuro, Lula disse que vai para as “ruas”.
“Saio do governo para viver a vida das ruas. Homem do povo, que sempre fui, serei mais povo do que nunca, sem renegar o meu destino e jamais fugir à luta. Não me perguntem sobre o meu futuro, porque vocês já me deram um grande presente. Perguntem, sim, pelo futuro do Brasil, e acreditem nele”, disse o presidente.
Lula destacou logo no início de seu pronunciamento o simbolismo de sua sucessão por Dilma. “É profundamente simbólico que a faixa presidencial passe das mãos do primeiro operário presidente para as mãos da primeira mulher presidenta. Será um marco no belo caminho que nosso povo vem construindo para fazer o Brasil, se Deus quiser, um dos países mais igualitários do mundo”, assegurou.
Para o presidente, os brasileiros hoje acreditam mais no país. Ele afirma ter semeado “esperança” e que em seu governo foi afugentada “a onda de fracasso que pairava sobre o país”. Lula destaca atributos que o podem ter levado a fazer uma boa administração.
“Se governei bem, foi porque, antes de me sentir presidente, me senti sempre um brasileiro comum que tinha que superar as suas dores, vencer os preconceitos e não fracassar. Antes de me sentir um chefe de estado, me senti um chefe de família que sabia das dificuldades dos seus irmãos para colocar comida na mesa, para dar escola para seus filhos, para chegar em casa todas as noites a salvo dos perigos e da violência”, garantiu.
Para ele, antes de seu governo o Brasil era um país que só pensava nos mais beneficiados. “Se governamos bem, foi, principalmente, porque conseguimos nos livrar da maldição elitista que fazia com que os dirigentes políticos governassem para um terço da população e se esquecessem da maioria do seu povo”, afirmou.
Lula afirma que na sua gestão o Brasil venceu o desafio de crescer econômica e socialmente. Diz ter provado ser o combate à pobreza a melhor política de desenvolvimento. E garante que governo e sociedade trabalharam juntos com “união, equilíbrio, participação e espírito democrático”. O presidente destaca grandes obras em andamento e valoriza também os investimentos na área de petróleo, com destaque para o pré-sal.
Ele enfatiza ainda ações na área social. Lula menciona o programa Bolsa Família, os aumentos acima da inflação concedidos ao salário mínimo, a ampliação do crédito e os programas Luz para Todos e Minha Casa, Minha Vida. A educação também mereceu lembrança, com o presidente destacando a inauguração de 214 escolas técnicas federais, a implantação de 14 novas universidades federais e 126 extensões universitárias, e as 750 mil bolsas concedidas pelo Prouni.
Lula valoriza também dados econômicos, como a ampliação das reservas internacionais para US$ 300 bilhões, o crescimento econômico, que ele estima chegar a quase 8% neste ano, a geração de 15 milhões de empregos e a mobilidade social, com a retirada de 28 milhões de pessoas da linha de pobreza e a chegada à classe média de 36 milhões de brasileiros.
O presidente afirma que com Dilma o Brasil vai “ampliar todas estas conquistas” e pede apoio popular para a sucessora. “Peço a todos que apóiem à nova presidenta, assim como me apoiaram em todos os momentos. Isso também significa cobrar, na hora certa, como vocês souberam me cobrar. A cobrança foi um estímulo para que a gente quisesse fazer sempre mais”, disse.
Lula conclui o pronunciamento desejando um feliz Natal e um próspero Ano Novo e dizendo que sua felicidade está ligada à da população. “Minha felicidade estará sempre ligada à felicidade do povo. Onde houver um brasileiro sofrendo, quero estar espiritualmente ao seu lado. Vivi no coração do povo e nele quero continuar vivendo até o último dos meus dias. Mais que nunca, sou um homem de uma só causa, e esta causa se chama Brasil”, concluiu.
Com informações do G1.
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