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Mãe faz apelo em busca de ajuda para internar filho viciado em Crack
Por Redacão Folha Vitória
Publicado em 25 de abril de 2017 às 09:30
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“Graças a Deus meu filho foi preso hoje. Acordei e rezei para Nossa Senhora da Penha e para Deus pedindo orientação para a minha vida e do meu filho e mais tarde soube que ele estava preso. Graças a Deus”. Este relato é de uma mãe que há oito anos sofre com as consequências do vício em crack do filho.
A saladeira Marinalva de Jesus Correia, 58 anos, procurou a reportagem do Folha da Cidade na semana passada para pedir ajuda para o filho. “Talvez se alguém ler a matéria, vai entender o que eu estou passando e vai ajudar”, explicou a mãe.
A entrevista com Nalva, como gosta de ser chamada, estava marcada para a tarde de ontem (24) e, por coincidência e alívio dela, o filho foi preso pela manhã em posse de produtos roubados. Alívio porque um dos medos de Nalva é que o filho acabe morto por traficantes ou até mesmo pelas vítimas de seus roubos.
“Sou uma mãe muito dedicada aos filhos e batalhei muito para criar os seis sozinha, já que meu marido me largou por outra mulher quando eles ainda eram pequenos. Tive que me virar para botar comida na mesa e trabalhei durante muitos anos em casa de família. Todos os outro cinco filhos são pessoas batalhadoras, mas com o Raí, não sei o que aconteceu”
“Hoje eu prefiro ver meu filho preso do que na rua. Dentro de casa ele rouba tudo. Ontem mesmo, enquanto eu dormia ele roubou um filtro de água, daqueles de porcelana e uma fruteira. Não posso ter nada dentro de casa que quando ele está atacado rouba e vende para comprar crack. Na rua ele já não pode mais andar porque tem um monte de gente querendo fazer mal a ele, então é melhor que ele esteja preso. Pelo menos lá eu sei que ele está se alimentando porque aqui fora ele passa dias sem comer nada”, conta angustiada.
Desde a adolescência, quando veio morar em Guarapari com a mãe e os irmãos, vindos de Camacã, na Bahia, Raí de Jesus Correia, 28 anos, já começou a apresentar problemas com drogas. “Ele começou a usar maconha com os colegas de escola e depois só foi piorando. O problema começou a ficar sério quando ele passou a ir nas raves que tinham na cidade. Ele vendia o que tinha para comprar ingresso e drogas para usar lá dentro. Ali percebi que meu filho estava se afundando neste mundo e eu não sabia o que fazer. Depois de um tempo ele começou a roubar as coisas de dentro de casa para comprar drogas e se afundou de vez no crack. Quando não tinha mais o que roubar em casa, ele passou a roubar na rua. Já perdi a conta de quantas vezes ele foi preso. Da última vez ele passou um tempo bom na cadeia, que foi quando eu consegui ter um pouco de paz”, relembra amargurada a mãe.
“Eu só queria pedir para quem ler a matéria e puder me ajudar,não vire as costas. Sou uma mãe que busca ajuda para o filho. Não sei o que fazer mais. Talvez alguém possa ajudar me ajudando a internar ele em alguma clínica, não sei. Eu e meu filho precisamos de ajuda. Muitos já me condenaram por não abandonar ele, mas só que é mãe sabe o sofrimento que é”, finalizou.
Preso pela 16ª vez
Na manhã de ontem, Raí estava algemado pela 16ª vez na delegacia de Guarapari. Cumprindo pena na condicional, ele foi preso portando bens roubados um pouco mais cedo em uma residência na Praia do Morro. Ele jura que não roubou, mas que ia trocar o produto do roubo em uma boca de fumo.
“Eu já não sei o que fazer para largar o vício. Já tentei sozinho, mas não consigo. Eu preciso de ajuda. Eu não aguento mais saber do sofrimento que causo na minha mãe, mas eu não consigo me controlar. Quando vem a vontade de usar, uma coisa acontece comigo que eu não enxergo mais nada, mas depois, quando eu uso, fico pensando no que estou fazendo de minha vida e da vida de minha mãe e me arrependo, mas o vício é mais forte que eu e acabo votando a usar”, conta Raí, com lágrimas nos olhos.
“Se alguém puder, me ajude para eu parar de fazer minha mãe sofrer. Não aguento mais esta vida. Me prendam ou me internem. Eu quero me tratar, mas sozinho não consigo. Sei que se continuar assim vão me matar na rua. Eu vou morrer, mas minha mãe vai continuar sofrendo”, disse encerrando a conversa.
Se alguém tiver interesse em ajudar nesta situação, pode entrar em contato com Marinalva através do número 27 99846-2686.
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