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Memórias de Guarapari: relembrar é viver…
Por Glenda Machado
Publicado em 25 de abril de 2016 às 22:52
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Os mais experientes, ao ver uma foto antiga da cidade não conseguem conter a saudade, a emoção, a lembrança. Os mais novos, dão ar à imaginação e logo viajam no tempo através daquele amarelado registro histórico e cultural. E foi assim que surgiu a ideia de criar um grupo no facebook atrás das memórias de Guarapari.
“Inicialmente, chamamos de Guarapari Memória 60 a 2000. Contudo, começamos a receber imagens e histórias muito mais antigas. Hoje, temos fotos desde 1870. Então, ficou Guarapari Memória”, conta o idealizador da iniciativa, João Delpupo. Com cinco mil seguidores e mais de mil fotos, o grupo já reencontrou amigos, revelou segredos, levantou mistérios e contou muita história.
“Além da vontade de reviver momentos importantes para nós, a intenção também foi mostrar que a cidade tem uma rica história a fim de disseminarmos um sentimento de orgulho pela nossa terra. Também observamos a importância do grupo como fonte de pesquisa, orgulho do nosso rico passado e inspiração para o futuro das novas gerações”, afirma João Delpupo.
Cadê o canhão?
Na Praça Irineu José Vicente – hoje conhecida como Pracinha do Bradesco, existia um canhão de acordo com informações do grupo “Guarapari Memórias”. Segundo os integrantes, esta é apenas uma das relíquias da cidade que simplesmente desapareceram. Dizem que teriam sido levadas pelos “coronéis” da época e que até hoje fazem parte de coleções particulares.
E não para por aí… Questiona-se onde foram parar documentos históricos, peças do patrimônio público como o lustre, a mesa do prefeito e todo o mobiliário da antiga prefeitura. Sem falar do acervo do museu que foi montado na Casa da Cultura – onde também eram expostas peças doadas por artistas como os três quadros que valiam em torno de R$ 15 mil.
No balanço das balsas…
Dizem os historiadores, que o nosso município era um lugar de difícil acesso. Afinal, a travessia do canal ainda era feita por balsas até 1952 – quando foi construída a primeira ponte de madeira.
O pioneiro na linha Centro-Muquiçaba
Verão de 1956… O Sr. Laudegar, proprietário do Hotel Beira Mar, adquiriu uma lotação tipo jardineira, que mais parecia um bonde contam os sobreviventes da época. E contratou um motorista: Sr. Sebastião de Vieira de Almeida – o primeiro condutor de um veículo motorizado no transporte urbano de Guarapari.
Ele ficou conhecido como “Maracangalha”, nome do samba que bombou no carnaval de 1957 de Dorival Cayme. Um folião de Guarapari batizou o carro com este nome e o motorista herdou o apelido.
Um pouso por engano
Este episódio é mais recente, datado em 10 de julho de 1998. O dia em que um piloto, a bordo de um avião Fokker-100 da TAM com 108 passageiros, saiu do aeroporto de Congonhas em São Paulo com destino ao Eurico de Aguiar Salles em Vitória no Espírito Santo. Seria um vôo normal, se o avião não tivesse pousado por engano no Aeroporto de Guarapari.
JK troca o carnaval do Rio por Guarapari
Imagine Juscelino Kubitschek trocando o carnaval do Rio por Guarapari… Pois bem, isso já aconteceu. É o que garante uma das histórias do grupo lá em 1963. O ex-presidente veio passar o feriado na casa de praia do governador do Espírito Santo. Chegou com a família em um PP-VBT. Após pousar, dizem que ele liberou sua equipe para voltar ao Rio.
E assim o fizeram, voltaram no mesmo dia para curtir a folia da Cidade Maravilhosa. No entanto, o que ninguém esperava é que retornariam de novo para Guarapari. Não se sentiram bem no borborim carioca e passaram o resto do carnaval em terras capixabas. E diante de uma queda de cavalo, sem médico plantonista na época, o doutor da vez foi justamente JK.
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