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Mestre Afonso: guardião da cultura do jongo de São Benedito
Por Livia Rangel
Publicado em 15 de junho de 2015 às 13:13
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O projeto Gente de Alfredo Chaves, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Comunicação Social, foi até o bairro Macrina para entrevistar um personagem muito importante para a cultura local.
Com 25 anos dedicados ao jongo de São Benedito, Afonso Cardoso, 78 anos, conta como se apaixonou pelo ritmo trazido pelos escravos e uma das manifestações mais tradicionais da cultura capixaba.
Atualmente aposentado, Mestre Afonso, como é conhecido, sempre trabalhou nas lavouras da região. E ele começou cedo. “Lembro como se fosse hoje, quando tinha sete anos, vindo da escola, meu pai me esperava em casa para, após o almoço, ir com ele trabalhar na lavoura”.
O seu primeiro contato direto com o congo foi há 25 anos, em um Dia de São Benedito. Voltando do trabalho, ele parou para assistir uma apresentação no barracão do bairro Macrina. “Fiquei olhando e pedi para tocar o tambor. Depois daquele dia fui gostando cada vez mais e estou até hoje”, disse.
Seu Afonso conta que daquele dia em diante sempre se dedicou para não deixar essa cultura morrer. Ele mesmo compõe alguns dos versos que são entoados durante a apresentação e não arrisca em quantificar. “Já fiz muito versos. Estou em casa fico pensando nas rimas, cantando e depois anoto em um caderno que tenho até hoje”, conta.
Tantos anos de dedicação foram reconhecidos em 2011, quando ele recebeu o título de “Mestre de Cultura Popular do Espírito Santo”, concedido pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult).
O jongo de São Benedito já tem mais de cem anos de tradição em Alfredo Chaves e é organizado pela comunidade do bairro Macrina. Além de realizar lindas apresentações na cidade nos dias de São Benedito e São Sebastião, participa de eventos em outras cidades do Estado e já foi premiado pelo Ministério da Cultura e pela Secult. O grupo é formado em sua maioria pelos jovens, moradores do bairro com acompanhamento do mestre e de Maria Helena Cardoso.
Texto: Dirceu Cetto – Secom/PMAC
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