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Mulher suspeita de agredir cachorro em Guarapari pagou valor e recuperou animal
Caso segue sob investigação de CPI dos maus-tratos e da Polícia Civil
Por Gislan Vitalino
Publicado em 18 de abril de 2022 às 16:49
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Após uma equipe especializada realizar diligência na residência de uma mulher denunciada nas redes sociais por maus-tratos a cachorros em Guarapari, a mulher pagou pelos tratamentos veterinários necessários e voltou a ter a tutoria sobre os animais. O caso segue sob investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-Tratos Contra os Animais da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) e da Delegacia de Infrações Penais e Outros (Dipo) da 5ªDelegacia Regional da Polícia Civil em Guarapari.
A equipe, enviada ao local na última terça-feira (12), contou com a participação da presidência da CPI dos Maus-Tratos Contra os Animais, policiais civis da 5ª Delegacia Regional em Guarapari e profissionais do Centro de Zoonoses do município. Segundo a assessoria da parlamentar que preside a CPI, deputada estadual Janete de Sá (PSB), não havia situação que comprovasse flagrante delito ou sinais de maus-tratos, embora a mulher em questão siga sob investigação da CPI. Além disso, a equipe afirma que não há qualquer prova de que o animal que se ouve chorar no vídeo em questão seria um dos que estava na casa.
No local a equipe constatou, entretanto, que um dos animais sofria de alopécia, condição que causa a queda dos pelos do animal. Como não tinha como comprovar o tratamento da saúde do cachorro, a investigada teria optado por encaminhar o animal à uma clínica particular, para que um laudo fosse feito e entregue à CPI. Após os procedimentos, a mulher pagou pelo atendimento veterinário e retornou com o cão para casa.
Segundo a assessoria da deputada, a mulher segue sob investigação da CPI e os animais serão acompanhados regularmente pelo Centro de Zoonozes de Guarapari (CCZ). Nós buscamos o Centro de Zoonoses do município para entender qual será o encaminhamento do caso. Por meio de nota, reproduzida na íntegra abaixo, o CCZ detalhou a abordagem e afirmou que o caso segue sendo acompanhado, agora pela Polícia Civil. Confira:
“A Prefeitura de Guarapari, através do Centro de Controle de Zoonoses(CCZ), informa que a equipe esteve na residência da mulher acusada, juntamente com os integrantes da CPI e Polícia Civil.
Na ocasião, foi permitida a entrada para verificar a situação dos animais, entretanto, um animal estava com uma perda de pelo severa. Ainda de acordo com o CCZ, foi questionado a tutora, se o mesmo está sendo acompanhado por um veterinário, a mesma informou que sim, mas não tinha como comprovar. Foi informado sobre a necessidade de acompanhamento veterinário e a tutora optou por levar o animal à uma clínica particular. Na clínica foi realizado consulta e exames. Os exames complementares irão ter resultado na próxima semana. A mulher acusada está com os animais, isso até que a justiça verifique a situação das acusações. Vale ressaltar que a tutora irá prestar depoimento, ainda esta semana, na Polícia Civil”.
A Polícia Civil, também por meio de nota, afirmou que foi instaurado um inquérito policial na Delegacia de Infrações Penais e Outros (Dipo) de Guarapari para apurar os fatos. Ainda segundo a nota, mais detalhes da investigação não serão divulgados por enquanto, para não atrapalhar a investigação.
Entenda o caso
Em vídeos que circularam nas redes sociais no início do mês de abril, uma mulher aparecia agredindo um cachorro de pequeno porte com tapas, enquanto o animal chorava. Na ocasião, a CPI informou que já havia identificado a pessoa que aparece nas imagens, que foi alvo de denúncia.
Em diligência na casa da denunciada, localizada em um condomínio de luxo na Praia do Morro, a CPI encontrou dois cachorros da raça Spitz Alemão, dos quais um apresentava sinais de alopecia, sem que a tutora conseguisse comprovar o tratamento. Na ocasião, a tutora autorizou a entrada das equipes na residência.
“A aposentada, desmentiu as acusações de espancamento mas a CPI decidiu encaminhar os animais a uma clínica veterinária para avaliação e tratamento enquanto se desdobram as investigações”, declarou a presidente da CPI, deputada estadual Janete de Sá (PSB), na ocasião.
A parlamentar ressaltou ainda que o caso teve grande repercussão nas redes sociais e a CPI vai continuar apurando a veracidade dos fatos. “É muito importante que a população fique atenta e denuncie casos de maus-tratos para que os agressores não fiquem impunes. O primeiro passo é fazer um boletim de ocorrência na Polícia Civil e encaminhar o documento, além de, se possível, fotos e vídeos para o e-mail da CPI: [email protected]”.
O crime de maus-tratos contra cães e gatos, prevê pena de prisão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda do animal, conforme dispõe a Lei 14.064/2020.
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