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No Dia da Enfermagem, profissionais do ES relatam ansiedade na pandemia; Guarapari oferece apoio psicológico
O dia internacional do enfermeiro é comemorado todo 12 de maio
Por Redação Folhaonline.es
Publicado em 12 de maio de 2020 às 09:22
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De acordo com informações publicadas no Painel Covid-19 do governo estadual, o Espirito Santo contabilizou, até segunda-feira (11), 1.435 profissionais da saúde infectados pelo novo Coronavírus. Desse total, 1.069 são mulheres. São médicas, enfermeiras e técnicas que contraíram a doença por atuarem na linha de frente do combate à pandemia.
“Fui diagnosticada com a Covid-19 no dia 16 de abril e no sexto dia da quarentena precisei ser internada, porque metade dos meus pulmões estava comprometido. Foi angustiante, o medo tomou conta de mim. Medo de morrer, de deixar minha família e o maior medo de todos: de ter transmitido para eles, meus familiares”, disse a técnica em enfermagem Ana Maria de Assis, de 49 anos, que já se recuperou, mas não voltou ao seu trabalho na Santa Casa de Vitória.
Hipertensa, ela ainda contou estar preocupada com os efeitos da doença na rede pública. “Ainda estou ansiosa. Todos nós estamos. Mesmo usando todos os EPI’s contraí o vírus e nem sei de quem. Cada hora é um baque. Fiquem em casa, por favor”, afirmou.
Barbara Simoni, 29, é enfermeira plantonista no Pronto Atendimento de Anchieta, na região Litorânea do Estado e ressalta que sua área é cheia de tensões. “Testei negativo, mas vi muitos colegas testarem positivo. O sentimento que fica é o de medo e ansiedade mesmo, pois somos o primeiro contato do usuário quando ele chega na unidade. Fazemos toda essa triagem. Contudo, sabemos que nossa profissão exige isso, de não podermos cumprir o isolamento social igual ao resto das pessoas. Mais valorização para nós enfermeiros!”, declara.
A Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) abriu processo seletivo emergencial no início do mês de abril com duas mil vagas para profissionais da saúde por conta da pandemia.
A psicóloga Joelma Oliozi, de 36 anos, acredita que o poder público precisa investir mais na saúde mental desses trabalhadores.
“Tem que investir principalmente no acompanhamento psicológico desses trabalhadores. Quando acabar a pandemia, todos vão estar gozando de plena saúde e esses trabalhadores estarão exaustos, depressivos, ansiosos porque deixaram a família para enfrentar essa pressão’’ finaliza Joelma.
Apoio psicológico para profissionais de Guarapari
Em Guarapari, cidade no Litoral Sul do Estado, dos 56 casos confirmados para o novo coronavírus, 13 são profissionais da saúde, segundo o Painel Covid-19-ES. A prefeitura do município criou a Central de Atendimento e Acolhimento Psicológico para oferecer suporte por chamadas telefônicas aos servidores que atuam na linha de frente do combate à pandemia.
As ligações devem ser realizadas para o número (27) 3361-4970, de segunda a sexta-feira em dois turnos: das 8h às 12h e das 13h às 17h.
“O dia a dia estressante da gente e o aumento da autocobrança e do medo durante essa pandemia estão desencadeando problemas sérios como depressão, pânico e ansiedade em muitos colegas. Essa inciativa veio em boa hora. Quem cuida precisa ser cuidar”, afirma o enfermeiro especialista em Saúde Pública, Nilton Rosa Vieira Júnior, 37.
Texto e fotos: Clóvis Rangel.
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