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No ritmo da casaca e dos tambores
Por Livia Rangel
Publicado em 23 de outubro de 2014 às 00:00
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Movida pelo barulho do tambor do congo que cheguei ao meu destino, encontro que tem por objetivo resgatar a cultura com o retorno dos ensaios da Banda de Congo do Perocão. Foram mais de dois anos parados por falta de apoio e de espaço para ensaio. A iniciativa em retomar as atividades foi de quatro alunos do segundo período de Educação Física de uma faculdade particular da cidade para um trabalho da disciplina de dança. O congo foi a primeira opção de Rute de Souza, Paula Beatrice, Matheus Teles e Raid Barroso devido a carga cultural que o ritmo carrega.
“Não podíamos pensar em outro ritmo, é o congo que tem a cultural forte. Então fizemos contato com o mestre e estamos movendo esforços para que os ensaios aconteçam e a banda volte a todo vapor. A ideia é apresentar algumas músicas tradicionais no dia 10 de novembro na academia Agrizzi, evento que faz parte do trabalho da faculdade. Mas não queremos parar por aqui, já que estamos mobilizando a comunidade, que seja para que a banda permaneça ativa”, diz esperançosa, Rute.
Agora, o desafio é reestruturar a banda, dando vida aos instrumentos – todos confeccionados na Barra do Jucu pelo Mestre Vitalino – mas que em sua maioria estão em precárias condições, conseguir uma caixa ou bumbo, como é conhecido o instrumento que se perdeu há alguns anos em apresentações realizadas nas escolas do município, além de reunir aqueles dispostos a serem as vozes e mãos capazes de deixar o som sair e contagiar a todos, e assim cumprir com o lema do ritmo: passar a cultura de geração para geração.
Para a primeira aula, que aconteceu oficialmente no dia 11 de outubro e deve continuar acontecendo aos sábado em uma casa em Perocão, algumas dicas: a casaca precisa acompanhar as batidas do tambor. E para tocar o tambor não tem mistério, basta duas batidas com a mão direita e uma com a esquerda, sempre no ritmo da música, que falam normalmente de temas como o mar, amor, escravos, rocha e religiosidade. Essas foram algumas instruções do Mestre Gilmar Viana, ele que desde pequeno vivenciou a cultura do congo.
O mestre explica que para que essa roda de congo aconteça são necessários os seguintes instrumentos: tambor de congo, bumbo ou caixa, casaca ou reco-reco, cuíca, chocalho, triângulo e apito (utilizado pelo mestre no início e término das toadas). Além, é claro, que todos os presentes acompanhem com palmas ou jongando (trecho da música que se repete).
“Desde o surgimento da banda, há aproximadamente 20 anos, o objetivo sempre foi levar conhecimento e conscientizar as pessoas sobre a nossa cultura e história através da música, não permitindo a perda da tradição. E é nesse propósito e no ritmo dos tambores que não vamos deixar a tradição morrer”, afirma o Mestre.
Neste momento, Gilmar conta com a comunidade para que pessoas interessadas em fazer parte do grupo o procurem. Mestre Gilmar: 27 9 9749-2153.
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