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O cômico universo médico, se não fosse trágico!
Por Glenda Machado
Publicado em 24 de março de 2016 às 22:27
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Dr. Nilson Mesquita lança livro de crônicas bem humoradas do cotidiano médico
Histórias de ficção com boas pitadas de realidade. Linhas que abordam o universo médico e entrelinhas que questionam o nosso dia a dia. Assim podem ser definidas as crônicas do Dr. Nilson Mesquita Filho. Com um olhar diferente e bem humorado, ele conta experiências que viveu e presenciou ao longo dos 38 anos de formado.
Lançado no dia 15 de março , “Eu… Escritor…” é o título da primeira obra do nefrologista que já na capa brinca com as reticências. “Eu não sou escritor, sou médico. Mas sempre gostei de ler. Até o meu teste vocacional indicou jornalismo. Então, há seis meses me deu vontade de escrever e nos intervalos comecei a brincar. Não é nada técnico nem autobiografia”, disse.
E como inspiração não tem hora nem lugar, assim como médico nunca sabe quando terá uma folguinha, ele escreve no próprio celular. Afinal, Dr. Nilson é o responsável pelo Instituto do Rim em Guarapari há 14 anos além de atuar na área de transplantes do Hospital Meridional em Cariacica – cidade onde já foi secretário Municipal de Saúde.
Uma especialidade médica com laços estreitos com a morte e foi justamente esse o motivo pelo o qual optou por medicina. “Dentre tantas áreas, escolhi justamente a nefrologia. Diálise e transplante são difíceis. Quase virei neurologista, outra especialidade também sensível. Brinco que foi uma terapia forçada para tratar o meu medo da morte, pois lidamos com isso diariamente”, lembra Dr. Nilson.
Com esse tom de humor que ele revela a crônica que mais gosta: justamente a que leva o título da obra. Um médico que quer escrever um livro, mas tem dificuldade de sair do primeiro capítulo. Em síntese, a história seria sobre um serial killer que mata prostitutas. Mas o colega do hospital sugere que o alvo fosse os médicos, já que tinha problemas com o seu supervisor.
E assim vai colocando os leitores para pensar na vida, na política, na sociedade. Por exemplo, você já viu um médico anão? O Dr. Nilson também não, apenas em uma das crônicas do seu livro onde o anão é um pediatra. Também coloca o médico do outro lado da consulta, como o paciente que precisa fazer diálise. E o caso da desconfiança exagerada do urologista Joaquim Pinto. Por que será?
Além do humor, o livro ainda explora os dramas da vida. Dr. Nilson destaca a história de um jovem médico rico, filho do grande médico da cidade que é dono de terras e ultra direita. E ele se apaixona logo pela médica cubana… “O Mais Médicos é bom para o país, mas a formação acadêmica deles ainda é uma interrogação para a nossa classe médica”, destaca Dr. Nilson.
O estresse da profissão, a sobrecarga, a cobrança da sociedade, os problemas pessoais também são abordados de forma “cômica se não fosse trágica”. Afinal, antes de ser médico, aquela figura de jaleco branco é humano com vida além do hospital. Como o médico que cheio de dívidas acaba fazendo consultas sem nem examinar o paciente. Mas ao ser questionado, pede o paciente para se deitar na maca e após enforcá-lo, simplesmente senta na cadeira e grita: “próximo”.
Imaginárias ou não, todas se encaixam com o cotidiano médico definido como “escola da vida” por Dr. Nilson. Afinal, por mais estranho que seja como se deparar com um casal de gêmeos chamado Elvis e Presley da Silva, passa a ser corriqueiro entre plantões, corredores, unidades de saúde, salas de espera… E é misturando o humor de Luís Fernando Veríssimo com o trágico de Rubens Fonseca, que Dr. Nilson te convida a uma leitura leve de uma vida de tensão… À venda na livraria Logus do Shopping Jardins em Vitória.
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