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“O exemplo grita”, declara Rodrigo Chamoun sobre medidas de austeridade do TCE-ES
Com a redução de gastos com custeio e pessoal, o órgão deve economizar R$ 13,4 milhões
Por Carolina Brasil
Publicado em 21 de maio de 2020 às 14:27
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Nesta semana, o conselheiro e presidente do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), Rodrigo Chamoun, assinou junto ao governador Renato Casagrande o Acordo de Contingenciamento que prevê a redução de até 20% do valor repassado mensalmente pelo Executivo ao órgão.
O acordo abrange os duodécimos dos meses de maio a dezembro deste ano e atende a necessidade de redução das despesas públicas em razão da perda de receita do Espírito Santo com as ações de prevenção ao avanço do novo Coronavírus (Covid-19). “Agora, é ainda mais importante um olhar criterioso para as despesas públicas. A estimativa de perda é de R$ 3 bilhões para o Estado e de R$ 1 bilhão na soma dos municípios”, destacou o presidente em entrevista ao folhaonline.es por telefone na noite dessa quarta-feira (20).
Nesse sentido, Chamoun comentou sobre as medidas adotadas pelo TCE-ES para reduzir os gastos internos. A economia nas despesas de custeio e de pessoal devem somar R$ 13,4 milhões.
“Já temos uma estrutura enxuta, somos o segundo Tribunal de Contas mais econômico do país com despesa de pessoal e gastamos 0,72% da nossa receita com esse custo, quando o teto é de 1,3%. Ainda assim, quando comparado a outros tribunais de contas, conquistamos excelência como guardião da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tempestividade significativa nos julgamentos e notas de excelência em diversas áreas de atuação no controle externo. E, dentro da nossa trajetória de austeridade, buscamos alternativas para a situação atual. Só faz sentido cobrar algo que você pratica. O exemplo grita”, declarou.
Os cortes em despesas de custeio têm relação com o atual cenário de teletrabalho. De acordo com as informações do presidente, que já esteve na vida política, foi vice-prefeito e candidato a prefeito em Guarapari, e deputado estadual por dois mandatos, o TCE-ES investiu muito em tecnologia da informação nos últimos anos, o que facilitou a mudança repentina no formato das atividades sem causar prejuízos a produtividade do órgão, ao contrário. “No comparativo dos meses de abril deste ano e de 2019, houve aumento de 43% de instruções processuais, por exemplo. E sobre esses investimentos em tecnologia da informação, temos números significativos: Até 2016, o tempo para acontecer o primeiro julgamento de um processo era de 40 meses, hoje são seis. Atualmente, no TCE-ES, até o trânsito final em julgado, quando não cabe mais recursos, o processo leva apenas dois anos. E não vamos parar por aí, para este ano temos a meta ambiciosa de zerar o estoque de processos. Queremos, ainda, ir além e não só saber se o percentual gasto está dentro da LRF, mas avaliar a efetividade dessa aplicação, os resultados”.
Paralelo a isso, o Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo possui três grupos de trabalho voltado ao momento de pandemia. Acompanhamento da gestão fiscal; Controle das contas e contratações emergenciais; e um hotsite voltado a atender as dúvidas dos gestores. “Queremos evitar o erro. Esse é um momento novo, desconhecido. Nesse canal, uma equipe técnica pesquisa a legislação vigente, a jurisprudência da Corte ou de outros Tribunais para atender as questões que chegam. A procura tem sido grande e as respostas rápidas”, finalizou.
Medidas de corte em custeio:
- Redução dos contratos de terceirizados (copeiragem, recepção e limpeza e conservação;
- Redução do contrato de gravação de sessão plenário e eventos;
- Redução de gastos com diárias, contratação de instrutor, hospedagem e alimentação de instrutor, passagens aéreas, gravação de eventos;
- Redução de diárias com fiscalização in loco (controle externo);
- Redução de serviços de manutenção do imóvel;
- Redução de combustível, manutenção da frota;
- Redução de consumo de água da CESAN e de energia elétrica;
- Redução do contrato de coleta de resíduos sólidos; e
- Redução nos gastos com materiais impressos e de aquisição de materiais de consumo.
Medidas para reduzir os gastos com pessoal:
- Redução da alíquota da contribuição patronal do RPPS de 22% para 14%;
- Redução de gastos com suspensão de reestruturação de carreiras;
- Redução de gastos com férias indenizadas de autoridades no período de julho a dezembro/2020;
- Redução de gastos gratificação de instrutores; e
- Redução de gastos com a suspensão de progressões e promoções nas carreiras, baseado no PLP 39/2020;
- Redução com a suspensão do PAE (parcela autônoma de equivalência) de inativos e pensionistas.
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