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O longo caminho para saber onde vai nosso dinheiro
Por Livia Rangel
Publicado em 24 de julho de 2015 às 11:22
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Deveria ser fácil. Deveria ser simples. Deveria ser acessível ao conhecimento de todo cidadão. Mas não é. Saber o destino de cada centavo gasto na Câmara Municipal é um direito garantido por lei, que não encontra equivalente na prática.
Até existe uma área no site da Casa de Leis de Guarapari (https://cmguarapari-es.portaltp.com.br/), que segue alguns preceitos da Lei de Acesso à Informação, mas a dinâmica é complicada.
Primeiramente, é preciso baixar um programa específico no computador, que funciona apenas no Internet Explorer. Depois ir navegando pelas abas, de preferência com a calculadora na mão. Pelo menos o básico na discriminação das despesas está lá: nome do fornecedor/recebedor e valor total da compra/pagamento. O mesmo não se pode dizer do destino das verbas indenizatórias.
Isso porque os parlamentares de Guarapari não são obrigados a prestar conta do dinheiro extra para alimentação e combustível, apenas para saúde. Neste mês de junho, pelo Portal da Transparência, sabemos que foram gastos R$ 15.470 com alimentação, R$ 13.260 com combustível e R$ 5.460 com despesas médicas, totalizando R$ 34.190. Mas não quanto cada vereador utilizou, onde ou porquê.
Enquanto isso, na Câmara de Águia Branca, um exemplo de primeiro mundo. Devido aos tempos difíceis na economia, ela cortou na carne e eliminou os gastos desnecessários. Atualmente, a casa conta com apenas 12 servidores efetivos, nenhum comissionado ou assessor, nem veículo oficial, verba indenizatória ou celular liberado. O salário dos parlamentares foi reduzido de R$ 1,8 mil para R$ 850,00, cerca de R$ 780,00 no líquido.
E o mundo não acabou por causa disso, viu senhores vereadores? Pelo contrário. “Mesmo com salário pequeno, estamos cumprindo nosso papel”, disse o presidente, Amarildo Franskoviask (PSD), a um jornal estadual. “Se fôssemos viver só dessa fonte de renda, não conseguiríamos. Alguns têm propriedade rural, vivem da agricultura”, completa. Ainda bem que todos vocês têm seus negócios próprios e podem trabalhar. Que tal seguir um bom exemplo dessa vez?
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