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Passageiros protestam contra embarque e desembarque exclusivo na Rodoviária
Por Natália Zandomingo
Publicado em 8 de agosto de 2016 às 12:42
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Por Gessika Avila, Lívia Rangel e Marcos Siqueira.
O primeiro dia útil após a publicação do decreto número 389/2016, que proíbe a parada dos ônibus intermunicipais dentro da cidade de Guarapari, começou com protesto dos integrantes do Movimento Urbano. Logo no início desta segunda-feira (08), os manifestamente fecharam a ponte (no Centro) e o trânsito na região de Meaípe e Condados, pedindo a revogação da medida.
Sebastião Campos, um dos integrantes do movimento, disse que o grupo começou a se reunir às 4h30. “Fizemos uma pequena manifestação no Trevo de Setiba e depois seguimos para o Centro. Queremos a revogação do decreto e enquanto o prefeito ou um representante da prefeitura não aparecer para negociar vamos ficar aqui”.
Segundo Sebastião, a prefeitura deveria ter aguardado a decisão judicial antes de tomar a medida. “Até agora, o Ministério Público (estadual) apenas recomendou o embarque e desembarque exclusivo na rodoviária, mas isso penaliza mais de 10 mil pessoas todos os dias. Se nada for feito para reverter a situação, vamos voltar amanhã e parar os ônibus municipais também”.
A Polícia Militar (PM) acompanhou o ato de perto com o Grupo de Apoio Operacional (GAO) e o efetivo normal da corporação. Os militares negociaram com o grupo a utilização do sistema pare a siga. “A ponte fica parada cinco minutos para manifestação e cinco minutos para fluxo de veículos. No trevo de Setiba e no Rodoshopping o protesto também é legítimo e pacífico, sem impedimento do trânsito”, explicou o Major Bezerra, PM. Vários motoristas que passavam pela ponte buzinavam em apoio ao manifesto.
A dona de casa Giulene Alves Ferreira, 37, moradora de Camurugi, participou na manifestação e disse que o marido utiliza o ônibus da Viação Alvorada todos os dias para trabalhar na Barra do Jucu, em Vila Velha. “Com essa mudança, ele vai ter que pegar um ônibus de Camurugi até o Centro ou Muquiçaba e depois pegar outro para a Rodoviária. Antes ele pegava apenas um. Vai ficar mais caro”.
Quem precisava passar pela ponte de carro ou de ônibus teve que ter paciência. O feirante Adonias Milagre, 53, contou que ficou quase duas horas no trânsito, mas concorda com a manifestação. “Ontem vi muitas pessoas perderem o ônibus porque os motoristas não podiam parar”.
Já o comerciante Wesley Costa Ferreira, 36, reclamou do transtorno causado, mas contou que concorda com o protesto. “Estou atrasado para abrir a minha loja. O movimento já está fraco no comércio e sem abrir o prejuízo é ainda maior. Acho legítima a manifestação, mas poderia ser em outro horário”.
A enfermeira Natália Silva de Souza, 29, aguardava há 40 minutos um ônibus no ponto da Avenida Davino Matos, no Centro, para ir ao bairro Condados. “Estou muito atrasada, mas concordo com a manifestação porque essa mudança prejudica muito a vida do trabalhador”.
Por volta das 10h40, a ponte foi totalmente liberada nos dois sentidos depois que a prefeitura chamou os manifestantes para uma reunião na sede do executivo municipal. Já em Condados, a manifestação terminou às 11h40.
Intermunicipais ficam nas garagens
Além do protesto dos usuários do transporte municipal, os rodoviários também realizaram uma paralisação e não saíram das garagens das viações Planeta, Alvorada e Sudeste, localizadas em Guarapari. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Guarapari e Região (Sintrovig), Wallace Belmiro Fornaciari, a manifestação dos motoristas e cobradores foi organizada devido a agressões sofridas no último domingo (07). “Dois trabalhadores foram agredidos dentro dos ônibus porque o pessoal está vindo de Vitória e os carros não param dentro da cidade. Um passageiro bateu no rosto de um motorista porque ele não abriu a porta para desembarque, sendo que é uma determinação da prefeitura.”
De acordo com o líder sindical, em outra vigem, além da agressão ao motorista, alguns passageiros pularam a janela e rasgaram as cortinas do veículo. “Fica impossível você sair de casa para trabalhar e não sabe se vai voltar devido a uma questão burocrática, uma coisa que foi feita sem consultar a população. Não está certo agredir os trabalhadores, mas o passageiro deveria poder descer no ponto que for melhor para ele”.
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