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PDM reaparece no banheiro da Câmara
Por Glenda Machado
Publicado em 21 de outubro de 2016 às 16:35
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Depois de uma sessão tumultuada com denúncia pedindo o afastamento do presidente da Câmara de Guarapari, Wanderlei Astori (PEN), o órgão hoje funcionou apenas com expediente interno. De portas fechadas para o público, por volta das 14h30, um flanelinha da região ao pedir para usar o banheiro social, misteriosamente encontrou uma sacola debaixo da pia.
“Eu sempre uso o banheiro aqui, e hoje achei estranha aquela bolsa debaixo da pia. Eu não abri nem mexi, apenas chamei um dos funcionários para ver o que era. Tinha um monte de papel, mas não sei o que é. Ele levou para o presidente”, disse o flanelinha que preferiu não se identificar por medo de represália.
A nossa reportagem estava no local quando o presidente saiu junto a dois funcionários efetivos com a sacola e confirmou que era o Plano Diretor Municipal (PDM). “Graças a Deus o PDM apareceu. Eu fui intimado a prestar esclarecimentos no Ministério Público. Estou indo lá agora, às 15h. E já vou levar a sacola com os documentos”, disse Wanderlei.
Sem mais detalhes, também afirmou que não sabe quem deixou no local nem como foi parar ali. No entanto, a Casa de Leis possui um sistema de videomonitoramento e uma das câmeras fica à frente do banheiro. O documento estava desaparecido desde o dia 14 de outubro, quando o presidente sentiu falta do processo na mesa do seu gabinete.
Diante disso, uma cidadã protocolou uma denúncia ontem pedindo o afastamento do presidente por infração político administrativo tendo em vista que ele já havia assumido a culpa à imprensa pelo desaparecimento do processo. Após suspender a sessão por três vezes, acabou sendo encerrada.
“Foi uma denúncia armada, eles querem me prejudicar”, disse Wanderlei
Wanderlei explicou que não colocou a denúncia em votação, pois segundo o regimento interno é preciso esperar 24 horas depois de protocolada. “Eles protocolaram às 14h03 e queriam votar na sessão das 15h. Nem deu tempo da matéria chegar e já queriam votar, não pode impor. As coisas não se resolvem assim, se resolvem com diálogo”.
Ainda destacou que a denunciante é amiga dos vereadores Ronaldo Gomes – Tainha (PSB) e Fernanda Mazzelli (PSD). “Eu li a denúncia com os meus advogados e me surpreendi ao ver que ela é amiga pessoal dos dois vereadores. Simplesmente foi coisa armada e não uma denúncia por si só, eles querem me prejudicar”.
Segundo ele, dos 12 vereadores que assinaram o edital de convocação solicitando a realização da sessão extraordinária para votar o PDM, apenas dois compareceram: Fernanda Mazzelli e Dito Xaréu (SDD). Serjão do Jabaraí (PMDB), Gedson Merízio (PSB), Germano Borges (PSB), Jair Gotardo (PDT), Jorge Figueiredo (PROS), Lincoln Cavalcante (PTN), Manoel Couto (PT), Paulina Aleixo Pinna (PP), Aratu (PV) e Ronaldo Tainha não estavam presentes.
“Nós aprovamos 27 emendas e o prefeito vetou todas. Eu não vou atrasar a votação, assim que tivermos o documento coloco em pauta na terça ou quarta. Já abri uma comissão de investigação para apurar o sumiço. Não vou terminar o meu mandato fazendo coisa errada”, finalizou o presidente.
Vereadores entram com processo na justiça contra Wanderlei
Os vereadores entraram hoje com um processo na justiça contra o presidente Wanderlei Astori. “Nós pedimos que ele dê continuidade à sessão e que coloque a denúncia em pauta. A própria justiça agora pode pedir o afastamento dele. Se ele diz que o PDM sumiu, ele coloca todos os funcionários e vereadores como suspeitos. Então ele não pode participar dessa comissão”, explicou o vereador Tainha.
Ele e Fernanda confirmaram que conhecem a denunciante, mas que não têm envolvimento com o processo. “Temos amizade de facebook, mas a denúncia é dela, tem todos os documentos pessoais dela no processo”, disse Tainha. Já Fernanda contou que “quem não se conhece em Guarapari? Aqui todo mundo conhece todo mundo”.
Quanto ao PDM, não quiseram adiantar se o grupo dos 12 vereadores vai manter ou derrubar o veto do prefeito. “São 12 pessoas diferentes, não posso falar por todos. Só vou declarar o meu voto na sessão”, afirmou Fernanda. E Tainha acrescentou: “a denúncia e o PDM são duas sessões diferentes. O requerimento pedia a votação, porque tem mais de um ano que está paralisado na Câmara. Não estamos na ditadura, ele como presidente tem que dar explicação”.
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