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Pesquisa da Universidade de Ouro Preto tem base em Parque de Guarapari
Projeto avalia durabilidade do concreto de escória de aciaria no Parque Morro da Pescaria
Por Redação Folhaonline.es
Publicado em 3 de março de 2021 às 18:20
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A Sede do Parque Municipal Morro da Pescaria tem sido a base de estudo de um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em Minas Gerais. O projeto de doutorado “Durabilidade em concretos de escória de aciaria” produziu blocos de concreto armado, usando escória de aciaria como agregados e como adição mineral. Esses blocos estão instalados em três locais distintos de agressividade: spray, respingo e maré.
Segundo o Secretário de Meio Ambiente e Agricultura, Breno Ramos, essa pesquisa é muito importante para todo e setor da construção civil. Saber que Guarapari foi escolhida como base para os pesquisadores, demonstra que nosso trabalho é sério e comprometido com a população. “É muito importante para o município, que logo após da aprovação do plano de manejo, as universidades estão olhando nossa unidade de conversação como fonte de pesquisa científica, enriquecendo todo acervo do município”, disse Breno.
A ideia é determinar o desempenho dos concretos produzidos integralmente com escória de aciaria sob efeito dos sais presentes nos diferentes ambientes marítimos, verificando sua durabilidade. Os blocos instalados no parque serão monitorados por um período de três anos. Serão realizadas campanhas para inspeção e coleta de amostras trimestrais, em que serão realizados ensaios macro e microestruturais a partir de técnicas destrutivas e não destrutivas.
As campanhas têm por finalidade avaliar e descrever a influência da ação dos sais marítimos na durabilidade desses concretos. Simultaneamente estão sendo desenvolvidos testes em laboratório com ensaios acelerados, visando verificar a correlação entre ensaios laboratoriais e as situações de exposição real.
Os resultados obtidos das pesquisas serão publicados em periódicos científicos internacionais e imediatamente compartilhados com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura (Semag), para divulgação junto ao setor da construção civil em Guarapari.
O Brasil é um dos líderes mundiais na produção de aço, com parque siderúrgico produtivo e com capacidade produtiva acima de 70%, maior marca dos últimos cinco anos (Agência Brasil, 2020). No entanto, para cada tonelada de aço produzida no Brasil, tem-se a geração de 600 kg de escórias em média. Uma das propostas de pesquisa e desenvolvimento do Grupo Reciclos CNPq é promover uma destinação técnica e ambientalmente adequada aos resíduos gerados também pela siderurgia.
Os locais de instalação dos blocos
Os pesquisadores instalaram os blocos na zona de maré, que é a área de maior impacto. Os blocos são submetidos a ciclos de molhagem-secagem o que intensifica a degradação do concreto, ou seja os blocos ficam completamente submersos.
Foram instalados também blocos na zona de respingo, em que o impacto da maré é intermediário, existe um baixo contato com a água do mar, apenas gotículas e nunca estão submersos.
Outros foram instalados na zona de spray, um menor grau de impacto, sendo afetados apenas pelo cloro presente na atmosfera.
Para definir um padrão comparativo que pudesse descrever a competência dos blocos produzidos com rejeitos da siderurgia, os pesquisadores produziram também blocos de concretos com materiais convencionais: areia de rio, brita de gnaisse.
*Com informações de Prefeitura de Guarapari.
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