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Polícia investiga se assassino de motoboy em Guarapari sofria ameaças
Empresário Ronny Almeida Batista, de 30 anos, assumiu autoria do crime e segue sob prisão temporária. Segundo ele, briga começou há cerca de dois meses, em discussão de trânsito
Por Gislan Vitalino
Publicado em 14 de abril de 2022 às 16:27
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Na manhã desta quinta-feira (14), a Polícia Civil realizou uma entrevista coletiva aos veículos de imprensa, em que apresentou informações sobre a investigação do caso que culminou na morte do motoboy Dyogenes Nascimento. O autor dos disparos, Ronny Almeida Batista, de 30 anos, se apresentou à delegacia na tarde de quarta-feira (13), alegando ter sofrido diversas ameaças.
De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Franco Malini, o empresário se apresentou assumindo a autoria dos disparos e alegou que sofria ameaças constantes há cerca de dois meses, após um incidente de trânsito em que o autor teria fechado o motoboy sem dar seta. Segundo o delegado, não há ocorrência de ameaça registrada contra a vítima.
Segundo a versão do autor dos disparos, o motoboy teria ido ao estabelecimento de Ronny e ameaçado sua esposa. A arma utilizada no crime teria sido adquirida cerca de 20 dias antes do homicídio, por conta das ameaças sofridas. A origem da arma também segue sob investigação policial.
“No dia do crime, não houve briga de trânsito. As imagens que temos mostram a moto da vítima atravessada na rua, na frente do carro do autor. Agora buscamos imagens anteriores, para entender o que teria ocorrido antes”, contou o delegado.
A defesa da vítima teria apresentado um pedido de Habeas Corpus mas, até o momento, Ronny segue detido. “A prisão temporária dele segue por trinta dias. Nós temos esse prazo para fazer novas diligências, concluir o inquérito e analisar ao final se vamos renovar a prisão temporária, representar pela prisão preventiva ou se não vamos representar por nada para que seja solto”, explicou Malini.
Em nota ao Folhaonline.es, a defesa de Ronny reforça a tese de que o empresário vinha sofrendo ameaças frequentes. Confira a íntegra da nota reproduzida abaixo:
“O crime ocorreu devido a uma série de ameaças que a vítima fez ao autor e a seus familiares após uma discussão banal no trânsito. Isso aconteceu há mais de 30 dias e na data de ontem (12) as ameaças foram mais fortes o que fez com que o autor se descontrolasse”.
Família contesta versão e acredita em crime premeditado
O irmão e a mãe da vítima contestam a versão de que Dyogenes teria ameaçado o autor dos disparos. A mãe da vítima, Ana Paula Nascimento, nega que a discussão tenha se extendido. “Meu filho só perguntou porque ele não deu seta. Daí para cá, houve esse conflito, por duas vezes, ele tentou atropelar meu filho. O Dyogenes até foi próximo ao depósito, mas para conversar com um conhecido e tentar entender quem era esse rapaz que estava perseguindo ele”, contou a mãe.
Para a mãe, as informações prestadas pelo autor são falsas. “Ele fala que meu filho ameaçou a esposa dele, mas cadê o boletim? Porquê não registrou ocorrência? Ele fala que meu filho tem arma, mas meu filho nunca portou uma arma. Meu filho não conhecia, nunca trabalhou nem nunca deveu nada para esse homem”, contou a mãe.
Ana Paula acredita, inclusive, na possibilidade de que o crime tenha sido premeditado. “Um cidadão de bem não anda com uma arma dentro do carro. Até então não tem prova nenhuma de que meu filho tinha uma arma, ele sim. Quem estava com intenção ruim não era Dyogenes, era ele”.
A família agora espera que a justiça não conceda o Habeas Corpus, cujo pedido foi apresentado pela defesa do autor do crime. “A gente espera que o juiz não assine esse Habeas Corpus. Assim como ele tirou a vida do meu filho e destruiu a vida da minha nora, ele pode destruir outra família mais a frente. Pra que ele aprenda que não existe o direito de se tirar a vida de ninguém, eu quero que ele pague pelo que ele fez”, concluiu a mãe.
Enterro da vítima aconteceu no início da tarde de hoje
Pouco após às 12h, o corpo de Dyogenes deixou a funerária em que estava sendo velado, no bairro Aeroporto e foi levado até o Cemitério Parque Paraíso, onde foi sepultado. Na ocasião, família foi acompanhada por um grupo de motoboys, amigos e colegas de trabalho da vítima, para um adeus final.
O corpode Dyogenes nascimento foi sepultado por volta de 13h.
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