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Prestes a lançar novo filme, Rodrigo Aragão quer formar novos talentos do cinema em Guarapari
Cineasta finaliza seu novo longa, que se passa em um prédio assombrado por fantasmas na Praia do Morro
Por Pedro Henrique Oliveira
Publicado em 14 de julho de 2024 às 18:00
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A produtora de Rodrigo Aragão, “Fábulas Negras”, localizada no bairro Santa Mônica, na região norte de Guarapari, é onde ele constrói grande parte de suas obras. Nascido em Jabaraí, periferia do município, o cineasta reconhecido pela produção de filmes de terror tomou uma decisão pessoal de morar e produzir aqui seus longas.
Com seis obras no currículo, o diretor foi responsável por colocar Guarapari no circuito de festivais de cinema com seus filmes. “As Fábulas Negras”, produção de 2014, contou, inclusive, com a direção de José Mojica Marins (1936-2020), conhecido como Zé do Caixão. O longa foi o último trabalho de Mojica como diretor.
Auxiliado por colaboradores formados em suas oficinas em várias partes do Brasil, Rodrigo quer fazer de sua produtora uma escola de cinema para Guarapari. “Eu estou tentando mapear jovens. Nos meus dois últimos filmes, selecionei quem se destaca nas oficinas para trabalhar nos filmes. A questão de montar uma produtora aqui é para manter um fluxo contínuo de produção, pelo menos um filme por ano”.
Para ele, essa divisão de conhecimento é também uma forma de retribuir as oportunidades que teve. “É um alinhamento de planetas muito grande para que um cara de Guarapari trabalhe com cinema e produza tanto. Para mim, é muito importante devolver isso de alguma forma para o universo.”
Na Fábulas Negras, o cineasta produz também para outras empresas. De maquiagem a bonecos e figurinos, ele constrói outros mundos para contar histórias. Em breve, lá também será rodado sua primeira produção voltada para o público infantil.
O Prédio Vazio
Enquanto trabalha nas outras produções, Rodrigo finaliza seu novo longa, “O Prédio Vazio”, que segundo ele, é o seu trabalho mais assustador até hoje. “É o meu primeiro de fantasmas, o que vai fazer ser o mais assustador que já fiz, porque as pessoas morrem de medo de fantasmas”, explica.
Para criar a história, o diretor e roteirista buscou inspiração na própria cidade, que em períodos de baixa temporada possui inúmeros prédios com poucos ou nenhum habitante.
No filme, uma filha busca pela mãe que desapareceu durante o Carnaval em Guarapari. A última notícia que ela tem é que a mãe estava em um edifício na Praia da Morro. Ao chegar na cidade, após o período de festa, a jovem descobre que muitos prédios no bairro ficam completamente inabitados. Durante a procura, ela invade um prédio e se depara com fantasmas vagando pelo local.
Segundo Rodrigo, 50% da equipe que produziu “O Prédio Vazio” foi formada em oficinas ministradas pelo cineasta e sua equipe, o que faz da produção um “filme-escola”. “Foram oito oficinas, demos aulas para 280 pessoas. Tivemos oficinas de maquiagem e efeitos especiais, figurino, captação de som, fotografia e atuação. Os alunos que se destacaram e não tinham experiência puderam trabalhar com profissionais consolidados no mercado. Isso funcionou muito bem”, afirmou.
Acostumado em criar produções rurais, Rodrigo tem em “O Prédio Vazio” o primeiro longa urbano de sua carreira. A previsão é que o longa, que está em pós-produção, entre nos circuitos dos festivais ainda neste ano.
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