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Prostituição: uma alternativa, escolha ou solução?

Por Glenda Machado

Publicado em 21 de julho de 2015 às 22:50

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Rua Prostituição

RUA DA PRAINHA, principal ponto de prostituição na cidade.

Muitas mulheres encontram na prostituição uma solução para pagar as contas. Outras vêem como opção de trabalho e encaram o mercado do sexo com orgulho e dignidade. Além dos casos que recorrem à venda do corpo para manter o vício. O Folha da Cidade acompanhou por meses essa movimentação no principal ponto de prostituição da cidade, na Rua da Prainha. O objetivo era descobrir o que elas pensam sobre “ganhar a vida com sexo”. Mas não vamos revelar a identidade com intuito de preservar as famílias.

De um lado, a nossa equipe de reportagem foi bem recebida por duas irmãs unidas na prostituição há oito meses. Uma de 26 anos, viu as dívidas crescendo após a separação e diante da dificuldade em encontrar emprego decidiu ir para a “pista”. “Tenho uma filha adotiva de 14 anos e precisava manter a qualidade de vida dela, a escola, a comida, as roupas. Eu dava aula de coreografia em escolas, mas no desespero, a prostituição foi a única solução”.

A outra, de 29 anos, tem dois filhos, um de 4 anos e outro de 9 anos. Também sofreu uma desilusão amorosa e sem ajuda do pai das crianças, tentou ingressar no mercado de trabalho. “Procurei emprego, mas só dei com a porta na cara. Conversando com a minha irmã, por parte de pai, resolvemos tentar a vida aqui. Não é fácil, tem de tudo, jovem, velho, uns são mais tranquilos, outros são abusados”.

O programa custa R$ 50 meia hora no carro e R$ 100, uma hora no motel. Elas chegam no ponto por volta das 18h e costumam voltar para casa só depois das 3h da madrugada. São quase 10 horas por dia, de segunda a segunda. Com uma média de oito clientes por dia, cada uma fatura na noite em torno de R$ 500. “Como não somos viciadas, a gente bebe muita bebida alcoólica, porque de cara limpa não dá para encarar os programas”.

Quando questionadas se pensam em largar a prostituição, as duas logo respondem que sim. “Nós estamos aqui por necessidade, para ter o que dar de comer a nossa família. Mas não gostamos dessa vida, a gente quer sair e vamos sair. O problema é encontrar um emprego que me pague pelo menos parecido com o que eu ganho aqui. Não temos orgulho, ninguém da nossa família sabe. Mas na hora só pensamos nas dívidas que temos para pagar”.

Do outro lado da rua, a nossa equipe de reportagem não foi bem recebida. Tentamos contato com alguns travestis, mas eles foram hostis. Segundo moradores e até comerciantes da região, a maioria é dependente químico e tudo vira motivo de “barraco”. Nesse período de observação, foi possível verificar pelo menos uns quatro travestis que fazem ponto na Prainha.

E ainda tem os casos das que fazem da prostituição uma carreira. Elas não escondem da família nem dos amigos, andam com roupas de marca, carro do ano e já construíram patrimônio com dinheiro do mercado do sexo. Também investem em outra profissão para quando estiverem “velhas” para serem garotas de programa.

“Comecei com 17 anos para pagar cartão de crédito. Hoje tenho 27. Tenho meu próprio apartamento, comprei casa para minha mãe, hoje sou dona de uma loja de roupas e tenho outros imóveis alugados. Penso no futuro, mas hoje não quero parar. Em média, a hora do programa custa R$ 300. Tiro mais de R$ 50 mil por mês, tenho clientes todos os dias. Nenhum emprego vai me dar essa renda que tenho hoje”, revela.

Reportagem: Lívia Rangel 

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