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Ruínas ganharão rampas e passarelas para visualização turística
Por Livia Rangel
Publicado em 31 de julho de 2015 às 14:58
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Uma das pouquíssimas edificações originais do século 17 no Espírito Santo e localizada bem no Centro de Guarapari, as ruínas da segunda Matriz de Nossa Senhora da Conceição são hoje um retrato do abandono da história da cidade. O local que virou até ponto de uso de drogas, como noticiado anteriormente pelo Folha da Cidade pode, em breve, voltar à sua verdadeira vocação, atraindo turistas e moradores interessados nas origens do município.
É que já está em andamento o projeto de restauração do sítio histórico, conduzido pela empresa Perini Muniz, após vencer processo licitatório da prefeitura. Nesta quinta-feira (30), a equipe responsável esteve na reunião semanal da Repas (Rede de Proteção de Ambientes Seguros) no Radium Hotel, quando apresentou quais intervenções vai realizar no local.
Uma das que chamam mais a atenção será a construção de passarelas e rampas para que o visitante acesse os espaços sem interferir na estrutura original. Um piso de madeira conduzirá o visitante por toda a ruína até um terraço projetado na altura do antigo coro da igreja.
O antigo acesso principal também será reconstruído, com a derrubada do muro ao lado, e haverá a exposição de vestígios históricos a serem descobertos durante as pesquisas arqueológicas.
“O visitante poderá conhecer e observar o monumento a partir de diversos pontos de vista, contando com bancos para descanso temporário e contemplação, além de espaços para painéis informativos e para orientação de portadores de necessidades especiais, com totem em Braille”, informou em nota a Prefeitura.
Futuramente, as ruínas poderão ser palco eventos culturais, como exposições de arte e apresentação de pequenos concertos, corais ou esquetes de teatro. Para proteger o patrimônio, serão instaladas grades e sistema de videomonitoramento.
Ações emergenciais. Devido ao estado bastante fragilizado pela ação do tempo, a estrutura receberá algumas ações emergenciais, como a regeneração da alvenaria, remoção de toda sujeira e musgos e preenchimento de lacunas nas paredes restantes.
“Também será realizada uma ação de preenchimento e fechamentos dos arcos e lacunas para sustentação durante o procedimento de restauração em pontos críticos. Assim que toda restauração terminada retornará a forma original. Para conter a ação das águas pluviais, será feita por meio de aplicação de argamassa de cal, cimento e areia média, para evitar a infiltração e o acúmulo de água sobre as paredes”, completa o relatório a que nossa reportagem acesso.
Um andaime cercará toda a construção até o cume da cúpula. Isso será feito tanto para apoiar os trabalhos da equipe como para restringir o acesso de pessoas no local que não estejam relacionadas ao trabalho de restauração.
O Projeto
A equipe do projeto é formada por Maria Izabel Perini Muniz, coordenadora, Viviane Pimentel, Mestre em Restauro, Paulo Kstrupe Pal, arquiteto, Daniele Borelli Cintra, engenheira, e Silvia Puccioni, engenheira do IPHAN e doutora em Materiais de Restauro.
Primeiramente, os profissionais, realizaram um estudo de caracterização arquitetônica e interpretação das ruínas em um esboço de como seria a antiga igreja do século XlX, incluindo a nave e torre sineira, a capela mor e a sacristia lateral, o telhado em duas águas, telhas cerâmicas, estrutura de madeira e com beiral. Segundo o estudo, a sacristia teria sido de planta retangular, lateralmente à capela mor, com telhado no prolongamento do telhado da capela-mor.
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SEQUÊNCIA DE DEPREDAÇÃO
Década 1950 – implantação original, em terreno livre, lateral à rua de terra batida, no traçado onde hoje passa a Rua da Matriz – a igreja já se encontrava sem cobertura e esquadrias estando, portanto, em processo de arruinamento.
Fevereiro 1995 – no alinhamento da Rua da Matriz, os remanescentes do muro de pedra da Torre – planta quadrada, cobertura por cúpula de tijolos, pináculos no cume nos quatro cantos da torre. Estrutura parcialmente independente da nave – construção posterior.
Dezembro de 2013 – Fachada principal bastante mutilada, apresentava frontão com inspiração barroca, com óculo central e marcada pela presença de frisos decorativos.
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