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Santa Mônica um retrato de um bairro sem praças
Por Gabriely Santana
Publicado em 4 de dezembro de 2016 às 15:18
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Imagine um ambiente com cores, atividades de lazer e crianças. Isso é visto constantemente por quem tem a felicidade de ter uma praça na comunidade. Infelizmente essa não é a realidade dos moradores de Santa Mônica, que mais uma vez reclamam da falta de um centro de convivência na região. Os locais, que poderiam servir como pontos de encontro, diversão e lazer são diversos, mas todas encontram-se com obras paralisadas ou nem mesmo iniciadas. São elas: Praça Gilda Alves (antigo Bom de Bola), Calçadão da Orla e Praça PEC.
De acordo com a Associação de Moradores, a região é carente de áreas para crianças e idosos praticarem esportes. A Praça Gilda Alves, onde funcionava o projeto Bom de Bola, é um exemplo de local que poderia ser utilizado para esta finalidade. “Já temos o projeto pronto, que foi aprovado por toda a comunidade. Foi feita a promessa no começo do mandato da atual administração, mas até agora não vimos nem sinal da obra”, disse o líder comunitário, Demizart Luiz.
Nos olhos de Vinicius Martin Braz, de apenas 10 anos, um campinho de futebol e um parquinho seria maravilhoso. “Aqui podia ser um campo de futebol e ali no matinho um parquinho. Seria um ótimo lugar para brincar”. Hoje, no lugar disso, só areia, lixo e estruturas quebradas, compõem a visão do menino.
Do outro lado do bairro, tomando uma quadra inteira de uma das áreas mais pobres e sem infraestrutura da região uma obra abandonada há pelo menos três anos é outro sonho distante. Difícil é a população acreditar que, em uma região onde nem o básico chegou até hoje, o reflexo do abandono se converta em melhoria real.
O projeto em questão é o CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados), anunciados para a cidade no começo de 2012. A reportagem esteve na obra, fincada em uma área de 7 mil metros quadrados no bairro. Completamente abandonada. Valor total previsto para a obra: R$ 2 milhões, sendo R$ 78 mil contrapartida do município e R$ 1 milhão do MinC (Ministério da Cultura). Gasto até agora, segundo dados do próprio ministério: R$ 1 milhão.
Muito dinheiro investido em uma obra que hoje acumula mato e deixa famílias inteiras na expectativa de um local de integração e prática esportiva. Tudo isto onde famílias esperam vagas para creches, rede de esgoto que ainda não chegou, o asfalto passa somente nas linhas de ônibus e a pobreza é evidente.
No papel, as áreas previam CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), salas multiuso, biblioteca com telecentro, multiteatro com 125 lugares, pista de skate, quadra de areia, quadra poliesportiva coberta, pista de caminhada, espaço para ginástica e playground.
Entre os moradores, resta lamentar. “Faz muita falta um lugar assim para as famílias. Aqui não tem nenhum lugar para que possamos levar as crianças e incentivar algum esporte ou mesmo termos um momento em família”, diz Fernando Pereira, 25 anos.
Além do CEU, obra semelhante também está parada na orla da Praia de Santa Mônica. O calçadão, que prevê quadra de areia, banheiros e local para prática esportiva já teve um total investido de R$ 3,5 milhões, só que a empresa construtora abandonou a obra. Em 2015 a Sezini Construtora e Metalúrgica LTDA, venceu a licitação no valor de R$625.416,74, e algumas atividades foram retomadas. Infelizmente, após três meses a obra foi novamente paralisada por motivos desconhecidos.
A Secretaria de Obras disse em nota que para a construção de praças “o projeto deve ser encaminhado direcionado para estudo, análise, aprovação e autorização, conforme disponibilidade financeira”. Sobre a Praça CEU a prefeitura respondeu que a licitação para conclusão da obra encontra-se paralisada judicialmente. “O município busca resolução para reabertura do processo”, finalizou.
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