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Segunda-feira de Carnaval no Centro termina em confusão
Por Carolina Brasil
Publicado em 13 de fevereiro de 2018 às 12:26
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Em meio a muita correria, a ação da PM dividiu opiniões. Uma mulher foi atingida por balas de borracha e uma pessoa foi detida.
A noite de alegria do Carnaval no centro de Guarapari terminou em confusão entre foliões e a Polícia Militar nessa segunda-feira (12). Relatos indicam que os policiais estavam ‘dando toque de recolher’ com spray de pimenta sendo lançado de forma ‘silenciosa’. “Os policiais passaram em fileiras, e umas pessoas começaram a deligar o som. Eu já estava indo embora, mas encontrei uns amigos que do nada começaram a tossir”, contou uma foliã que prefere não ser identificada. O 10º Batalhão da Polícia Militar nega essa ação e esclarece que somente após inúmeros registros de reclamação devido ao som alto, ofensivo e a algazarra na região da Praia das Castanheiras começou a agir. “Nosso efetivo constatou o fato e a partir daí começou a intervenção policial. Primeiramente, uma conversa na tentativa de cessar o som que já não era mais permitido para o horário. Não fomos atendidos, sendo insultados e agredidos, garrafas foram arremessadas contra a Polícia Militar que precisou atuar para manter a ordem e a integridade física dos militares e da população de bem. Spray de pimenta, gás lacrimogênio e balas de borracha foram utilizados, armas não letais para evitar um mal maior”, relatou o Tenente-Coronel Welington Barbosa Pessanha, Comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar.
“As pessoas confundem liberdade com libertinagem. Se a polícia não age assim eu não teria segurança de aproveitar o Carnaval hoje. Eu me sinto seguro, a PM foi irrepreensível durante todo verão. O que vimos ontem, foi uma ação reativa, tenho certeza que não decidiram sair atirando, ela foi provocada e se posicionou como autoridade, mantendo a ordem”, opinou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Espírito Santo (ABIH-ES), Gustavo Guimarães.
Vídeo da PM mostra apoio da população a ação realizada:
Por outro lado, pessoas reclamaram que houve exagero e truculência da PM.
“Para nós, que vivemos aqui e sabemos da qualidade do nosso povo, achamos que isso não combina com o que a gente espera da polícia como poder de proteção. Consideramos um exagero, uma verdadeira ação de guerra sem necessidade”, contou a defensora pública Elizabeth Hadad.
“Polícia! Tinha crianças, tinha famílias, tinha pessoas simplesmente querendo curtir em paz o carnaval… quantas vezes eu defendi, mas dessa vez não dá! Eu senti na pela a falta de profissionalismo e humanidade enquanto estava perto da água tentando defender as mães e crianças que estavam lá perto”, escreveu Sara Bruschi em uma rede social. Ela ficou ferida após ser atingida por balas de borracha.
“Nós tentamos agir com a maior segurança para evitar que cidadãos de bem sofram as consequências, mas nem sempre isso é possível, principalmente diante de uma situação como a de ontem quando foi necessário tudo que fizemos”, esclareceu o Comandante. Ainda de acordo com a o Tenente-Coronel, o Carnaval oficial do Centro, promovido pela Prefeitura de Guarapari, já havia terminado, o ocorrido começou por volta de 3h da manhã e 40 policiais participaram da ação. Uma pessoa foi detida incitando a violência contra as equipes policiais e conduzida à delegacia. “Precisamos chamar a atenção para a venda de bebidas para menores de idade, muitos deles em estado deplorável pelo álcool, sem contar que o uso de garrafas de vidro é proibido nesse tipo de evento, para a própria segurança de quem frequenta”, completou.
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