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Surfista de Guarapari recebe indenização de R$20 mil por ser impedido de embarcar em voo

Por Glenda Machado

Publicado em 27 de junho de 2018 às 09:40

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Após ser impedido de embarcar para Austrália, o surfista de Guarapari Derik Rabello, será indenizado em R$ 20 mil por danos morais. De acordo com a sentença judicial o surfista, que também é portador de deficiência visual, não conseguiu fazer check-in na empresa de companhia aérea Latam sob a alegação de que não tinha em seu passaporte o visto para o país, mesmo após explicar que o documento australiano era emitido de maneira eletrônica desde 2013.

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Durante o check-in a companhia aérea teria exigido que constasse no passaporte de Derik o visto que, desde 2013, é emitido apenas eletronicamente.Foto: Lemos Imagens

Depois de perder o voo, Derik ainda foi obrigado a pagar uma taxa de R$ 715,06 referentes à remarcação de uma nova viagem e a adquirir um bilhete de retorno no valor de R$ 2.591,36, quantia que a companhia aérea também deverá ressarcir em dobro além da condenação por danos morais.

Segundo o autor da ação, os fatos o teriam deixado atordoado e muito nervoso, sendo auxiliado por uma funcionária do aeroporto, agente de proteção da aviação civil, que ante sua aflição e desespero ofereceu-se para guiá-lo de guichê em guichê, até o novo embarque, reagendado para o voo da noite.

Na sentença o juiz da 1º Vara Cível de Guarapari disse também que os documentos apresentados por Derik não só comprovam a facilidade tecnológica de visto eletrônico aos portadores de passaportes brasileiros, como também a concessão do visto ao autor.

“As informações e dados referentes ao visto deveriam ser, obrigatoriamente, do domínio de qualquer funcionário encarregado pela ré para o check-in de passageiros com conexões para a Austrália”, disse o juiz nos autos do processo.

Uma testemunha, que acompanhou o momento em que o surfista perdeu o voo teria auxiliado durante todo o processo de pagamento, remarcação e compra dos novos bilhetes, e confirmou todos os fatos relatados, acrescentando que percebeu muita má vontade dos funcionários da empresa, e que Derik apesar de usar uma bengala, não conhecia as dependências do aeroporto, e não conseguia se locomover com agilidade, se encontrando muito nervoso e desorientado.

A reportagem procurou o surfista Derik Rabello que disse apenas que quis ver a justiça sendo feita, mas que não tem nada contra a empresa que, segundo ele, sempre o atendeu bem. “Não tenho nada contra a empresa. Foi uma infelicidade do funcionário que me atendeu e que provavelmente não estava preparado. Não quero prejudicar ninguém e estou feliz que a justiça foi feita”, explicou que aproveitou para agradecer a preocupação de todos que o enviaram mensagens.

Dessa forma, o magistrado concluiu em sua decisão pelos danos materiais e morais “não só pela péssima qualidade do serviço prestado ao consumidor, como também pelo descaso e despreparo da funcionária da demandada no trato e atendimento do autor enquanto deficiente visual, cujo desprezo e falta de senso humanitário o deixou atordoado, nervoso e humilhado diante das reiteradas negativas injustificadas de consumação do check-in, como relatado pela testemunha presencial ouvida em juízo”.

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