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Uma cidade de tradição
Por Livia Rangel
Publicado em 17 de setembro de 2012 às 00:00
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Guarapari tem espaços únicos, histórias interessantes e um visual maravilhoso. Além das belas praias, o município tem outros pontos que merecem ser visitados e sua história contada. É impossível falar da cidade sem mencionar o glorioso Radium Hotel. Local de visitação turística por já ter sido um dos maiores hotéis-cassino do país. A inauguração foi em 1953.
Foi construído para servir de Escola Naval, por isso o formato em âncora, mas a localização e o valor terapêutico das areias monazíticas despertou o interesse da empresa Bianchi de Hotéis e Turismo em arrendar o empreendimento por 10 anos. A partir de então, o que seria uma escola naval foi transformado em um hotel cassino de padrão internacional.
Com três andares possuía 37 apartamentos e 24 quartos, um total de 140 leitos. Para autoridades havia duas suítes especiais, também havia dois salões, um de jogos e outro de lazer. As roupas de cama e toalhas de mesa eram de linho, as louças de porcelana importada e as baixelas e talheres de prata.
Já esteve no cassino a elite política e social do país como o Conde Francisco Matarazzo, Maysa Matarazzo, Assis Chateaubriand, Rubem Braga, Carlos Lacerda, Jones dos Santos Neves, Carlos Lindenberg, Eurico Resende, Garrincha. Também estiveram no Radium Hotel Ângela Maria, Emilinha Borba, Cauby Peixoto e Grande Otelo, entre outros. Além de turistas da Alemanha, Coreia, Itália, Inglaterra, Portugal, Estados Unidos, entre outros.
Na década de 40, os cassinos foram proibidos no Brasil pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, mas os proprietários desobedeceram a lei até que não pudesse mais continuar e todos os cassinos foram fechados, em aproximadamente 1964. O governo não renovou o contrato, então o hotel passou a ser administrado pela empresa de turismo do Estado e começou a entrar em decadência. Em 1992, o Radium Hotel foi lacrado pelo Corpo de Bombeiros porque a estrutura oferecia risco aos hóspedes.
O edifício foi lacrado pela justiça e colocado em leilão marcado para quitar dívidas trabalhistas. Em 1993 foi assinado um comodato entre o município e o Governo do Estado para que o local fosse utilizado como área para eventos culturais e sociais. Em 2004, o governo assumiu a dívida trabalhista. Após 18 anos fechado foi reaberto a cerca de dois anos e desde então moradores e turistas puderam entrar no glorioso Radium Hotel.
Salas foram reformadas, na área externa está sendo feito um jardim. O local está virando um centro cultural, pois várias exposições são realizadas, apresentações de orquestras, realização de sarau poético, cursos gratuitos para a população, reuniões como a da Rede de proteção a Ambientes Seguros (Repas) também acontecem no Radium Hotel. A área externa também é utilizada, onde já ocorreram exibições de filmes, feiras de artesanatos, entre outros.
Hoje, a Associação de Moradores do Centro da cidade, juntamente com a Secretaria Municipal de Esporte, Cultura e Turismo que cuidam do espaço. O Radium Hotel hoje está de portas abertas para quem quiser reviver os tempos de ouro ou quiser ter a sensação de entrar no famoso Radium Hotel.
Outro ponto turístico de Guarapari que deve ser visitado é a antiga matriz de Nossa Senhora da Conceição. A igreja foi fundada em 1585 pelo padre José de Anchieta. Antes era dedicada a Nossa Senhora de Sant’Ana, mas quase 170 anos depois passou a homenagear Nossa Senhora da Conceição.
Em 1878 foi reformada e em 1978 a matriz passou a fazer parte do patrimônio nacional em que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que é responsável pela igreja. Por isso, nada pode ser feito na matriz sem o aval do instituto. A imagem de Nossa Conceição que fica no altar foi restaurada há dois anos. Agora, a igreja restaura o Senhor Morto e o custo do primeiro trabalho foi de R$ 25 mil e do segundo, R$ 20 mil. O recurso para custear as restaurações é proveniente de eventos realizados pela comunidade.
Também foi restaurada a fachada e todo material usado para afixar as conchas na parede foram produtos utilizados pelos índios daquela época. Tudo para manter a originalidade. As paredes são pintadas de cal, como era antigamente. Já que as restaurações não são baratas, a comunidade buscará parcerias com empresas privadas.
A comunidade da antiga matriz tem quase dez anos e já tem quatro grupos que acompanham as missas, 70 crianças na catequese, grupo musical, são realizados muitos batizados, além de ser muito procurada para a realização das cerimônias de casamento.
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