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Uma vida dedicada às crianças
Por Livia Rangel
Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 12:30
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É só chegar no bairro Adalberto Simão Nader e perguntar, a qualquer criança ou adulto, onde fica a casa da Tia Flor e todos saberão informar. Seguindo reto na rua principal do bairro, quase ao lado da mercearia do Beto está a Criarte, de portas abertas. É lá que Dona Florzina Soares, 62 anos, desenvolve um trabalho voluntário com crianças e adolescentes no contraturno escolar, oferecendo alimentação, um espaço para brincadeiras e atividades como crochê, desenho e leitura.
Há 30 anos Tia Flor se dedica a cuidar dos que mais precisam. A inspiração para o trabalho veio de uma infância sofrida, que a levou a fazer uma promessa. “Eu prometi que se Deus me desse força para viver eu cuidaria de crianças, idosos, aqueles que precisassem e foi assim que começou. Nós ficávamos reunidos na rua, embaixo das árvores, nos terraços de casas que nos convidavam, tudo para que as crianças não ficassem sozinhas na rua”, conta.
O projeto foi regularizado como entidade social e tem o nome de Criarte. A sede é a casa alugada e paga pela Tia Flor com o salário de pensionista, onde ela mora e divide o espaço de cinco cômodos, de segunda a sexta-feira, com as crianças. Atualmente, 50 estão cadastradas como participantes, mas no dia a dia o número de frequentadores é sempre maior. “É melhor eles ficarem aqui do que à toa na rua mexendo com coisa errada”, enfatiza Tia Flor.
É ela quem cuida de tudo: vai à feira aos sábados para recolher alimentos doados pelos feirantes, prepara a comida para as crianças, limpa a casa e toma conta dos pequenos enquanto eles estão na Criarte. Conhece todos pelo nome e se preocupa feito mãe, mas ultimamente tem encontrado uma dificuldade básica para realizar esse trabalho. As doações diminuíram consideravelmente em 2015 e Tia Flor conta que está faltando alimento para o preparo das refeições.
Apesar das dificuldades, os momentos difíceis não a assustam. Tia Flor tem fé de que as ajudas virão, pois foi ajudando ao próximo que ela superou muitos obstáculos em sua vida e encontrou força para seguir em frente. “Eu sou muito feliz com o que faço, amo esse trabalho e não tenho preguiça. Vou fazer isso pelo resta da vida. Essas crianças são meus filhos de coração e ver eles crescendo longe da violência é a minha maior alegria”, declara.
[box style=”0″] Quem quiser ajudar a Tia Flor de alguma forma, pode procurá-la em sua casa, no Adalberto Simão Nader ou pelo telefone: (27) 99917-1821. [/box]
Reportagem: Mariana Bergamini
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