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Van do Clube de Doadores de Sangue está abandonada há mais de dois anos
Por Glenda Machado
Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 22:19
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Imagina passar todo dia pela rua e ver uma van parada ali no mesmo lugar. Mas não foi uma semana nem um mês, são dois anos vendo aquele veículo abandonado. E não se trata de um automóvel qualquer, é a van do Clube de Doadores de Sangue de Guarapari. Aquela que já chegou a contribuir com mais de 120 bolsas de sangue por mês levando doadores três vezes por semana à Vitória e Cachoeiro de Itapemirim.
O Clube de Doadores de Sangue de Guarapari foi fundada pelo ex-vereador Benigno Maioli em 1998. Além de divulgar informações sobre a importância de doar sangue, a associação ainda realizava o transporte de doadores já que a cidade não conta com um banco de sangue. Em 2008, o clube ganhou por meio de emenda parlamentar um van no valor de R$ 100 mil. Mas logo após as eleições de 2012, a associação teve suas atividades paralisadas.
O Folha da Cidade recebeu a denúncia deque a van estaria abandonada no bairro Aeroporto. A nossa equipe esteve vários dias no local e registrou que realmente o veículo encontra-se parado em um terreno baldio atrás de uma casa. Alguns moradores confirmaram que ela está ali há mais de dois anos, mas não quiseram gravar entrevista. E para obter as respostas, a nossa reportagem conversou com o fundador do Clube, Benigno Maioli.
“Não tem porque mentir nem o que esconder. A van está parada há mais de dois anos porque quebrou e a associação não tinha recursos para pagar o conserto que hoje deve custar R$ 8 mil. Quando paralisamos as atividades por tempo indeterminado no dia 31 de dezembro de 2012, ainda fizemos algumas viagens desde que a pessoa arcasse com a gasolina e com o motorista. Mas em três meses de uso, ela quebrou e não teve outra saída se não encostar”.
De acordo com ele, a ideia de abrir a associação surgiu quando ele teve dificuldades de encontrar doação para o seu pai que passou por uma série de cirurgias. “A gente começou com uma Kombi que eu mesmo doei, depois conseguimos uma Kombi por meio de doações. Aí o Governo do Estado alugou uma van por dois anos e depois ganhamos essa van por meio de emenda parlamentar da ex-deputada Mariazinha Velozo Lucas”, lembra Benigno.
Porém, a dificuldade de manter as atividades piorou depois que ele não conseguiu se reeleger vereador nas eleições de 2012. Dois meses depois, o clube fechou as portas. “Nós tentamos renovar o contrato com a prefeitura na época, porque é um projeto importante e faz um serviço inédito no estado. Mas naquela confusão de prefeito que não pode assumir, de nova eleição, acabou ficando esquecido e decidimos encerrar as atividades”.
Caso a associação tivesse sido extinta, o estatuto diz que os bens deveriam ser entregues aos órgãos que doaram ou serem repassadas para outra entidade que tivesse função similar e com condições de dar continuidade ao trabalho. Mas como as atividades apenas foram paralisadas, a van continua de posse do Clube de Doadores. E Benigno ainda tem a esperança de reativar o serviço.
“É muito difícil conseguir recursos para manter a associação. Para funcionar precisa de pelo menos R$ 15 mil por mês. Quando encerramos, tínhamos um cadastro com mais de três mil doadores. Fizemos 10 mutirões de doação na cidade. Em quatro anos me aposento e aí vou realizar o meu sonho de voltar com esse trabalho. Quem salva é Deus, mas já amenizamos muita dor com o nosso trabalho”.
Benigno acredita que a van pode render uma boa entrada na aquisição de um novo veículo para a associação quando retornar com os trabalhos. Hoje, ele trabalha em uma loja de móveis semi-novos no Aeroporto. Questionado se é candidato a vereador na próxima eleição, ele disse que não. “Minha família sempre teve esse convívio social, mas não sou candidato. Os planos são outros”.
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