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Verão 2023: lideranças do turismo e eventos em Guarapari falam sobre a expectativa para estação
Por Aline Couto
Publicado em 29 de dezembro de 2022 às 15:33
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O verão, estação mais quente do ano, iniciou há poucos dias, 21 de dezembro, e segue até 20 março de 2023. O período é considerado o mais lucrativo para cidades turísticas e praianas, e chegou em 2022 sem restrições contra a Covid-19. No verão do ano passado muitos ainda estavam receosos com a pandemia e não viajaram com medo do vírus, ou de não encontrarem o trade turístico com funcionamento normal. Depois de quase três anos, as pessoas demostram estar mais seguras para sair de férias e viajar.
Com a perspectiva em alta para esse verão, o folhaonline.es procurou representantes dos setores de turismo e eventos de Guarapari e do estado; Fernando Otávio Campos da Silva, presidente do CONTURES – Conselho Estadual do Turismo do Espírito Santo; Marco Azevedo, presidente da Associação de Hotéis e Turismo de Guarapari – AHTG; Marcelo Meira, presidente da Associação de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas de Guarapari – ABRECAN e Gustavo Guimarães, vice-presidente do Sindihotéis-ES – Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Estado do Espírito Santo; para falaram sobre a expectativa para a estação em Guarapari, a preocupação com as chuvas intensas e as novidades para os setores no município.
Fernando Otávio
Para o presidente do CONTURES o setor turístico de Guarapari continuará crescendo caso não haja novo descontrole econômico ou de saúde. “Já em 2022, principalmente no segundo semestre, o turismo em Guarapari vem crescendo e superando números de antes da pandemia. Existe um movimento de viajar para fora da alta temporada, onde tudo é over – filas, preços e excesso de gente. Guarapari também navega no campo da descoberta de destinos, pois muitos desconhecem a cidade ou mesmo o ES”.
Mas Fernando faz um alerta. “É preciso investir em qualidade de serviços na hotelaria, com mais ofertas de benefícios, mais conexão com a cidade e os outros componentes do turismo como serviços de viagem, transporte, restaurantes e diversões. A cidade precisa investir em mais eventos, constantes e na divulgação antecipadas deles. Infelizmente o município não define a agenda e mesmo quando faz excelentes eventos, como a Esquina da Cultura, perde oportunidade de divulgar antes e assim capitalizar em geração de empregos, receitas de impostos e movimentação turística. A cidade também precisa se organizar para permitir que eventos privados aconteçam, bastando para isso regularizar uso de espaços públicos e normatizar as ações de marketing privado”.
Sobre as chuvas constantes, ele cita como maior preocupação as estradas que ligam Minas a Guarapari, que estão em péssimo estado, mas transitáveis. “A cidade já tem excelentes bares e restaurantes para agradar o turista mesmo com aquele dia nublado ou de chuva. Porém dias prolongados de chuva fazem cair muito as reservas na hotelaria e o movimento no comércio”.
Para atração dos turistas nesse verão, Fernando Otávio destaca a estrutura gastronômica com ótimas e novas opções. “Os empresários investiram em bares e restaurantes temáticos, qualidade nos serviços com novos e melhores pratos. Também é preciso destacar o crescimento da qualidade e da oferta de novas opções nas montanhas. A região com maior conhecimento e divulgação é um ponto de atração e diversão para dias nublados ou após a praia”.
Ele também apontou os investimentos nos hotéis em maior qualidade nos serviços, acabamentos internos e atenção ao turista, o que tem contribuído para melhorar o perfil do cliente neste segmento. “A ocupação para o Réveillon já chegou a 95%, caiu com a chuva prolongada, mas com certeza fecharemos com 100% e com rendimento melhor para o setor. Para a primeira quinzena, principalmente nos finais de semana, a ocupação atual já supera os 60% em média (alguns dias 90%). Com a estabilização do clima vai crescer. Já a segunda quinzena de janeiro ainda está tímida com ocupação média ainda em 40%”.
Marcos Azevedo
O presidente da AHTG é mais cauteloso e acredita que o próximo ano ainda não apresentará grande crescimento, apesar dos números do turismo local já terem retornado aos índices anteriores a pandemia. “O ano de 2022 foi um ano atípico porque os resultados do crescimento foram feitos na base do ano de 2021, onde a pandemia derrubou todos os índices. Definitivamente 2023 não apresentará grande crescimento”.
A respeito da ocupação da rede hoteleira no município, Marcos detalha que os números repetem os dos anos anteriores. “Como hoje somos responsáveis por apenas 3% do fluxo turístico da cidade, nossa ocupação nesta época fica acima de 80 % em média”.
Marcos Azevedo citou como novidade para o verão a reabertura do Hotel Gaeta; shows e eventos, nacionais e internacionais, das casas noturnas; abertura de novos estabelecimentos e inaugurações no parque aquático Acquamania.
Marcelo Meira
“O turismo é um setor que está em constante crescimento e no ano de 2023 não será diferente. A expectativa para a temporada de verão é muito boa”, falou o presidente da ABRECAN.
“No estado, já nesse mês de dezembro, aconteceu um crescimento de quase 15% referente ao mesmo período no ano passado, segundo boletim da Economia do Turismo, e a expectativa é de que esse número seja ainda maior em janeiro”.
Sobre a preocupação com as chuvas, Marcelo aponta como considerável, visto que o turismo em Guarapari é focado quase que 100% nas praias. “Porém, muitos só têm esse período para viajar e aproveitar as férias, e não deixam de vir por conta do mau tempo. Além disso, a previsão é de que o sol volte a aparecer agora no início do mês de janeiro”.
Para uma maior atração dos turistas, o empresário enfatiza que o município está amadurecendo quanto ao turismo e se qualificando cada vez mais para receber melhor os visitantes. “Além disso são diversos novos empreendimentos que abriram, entre eles bares temáticos e restaurantes. Outra novidade é o fortalecimento do setor que vem ganhando força nos últimos anos com a fundação da Associação, onde os principais agentes do turismo gastronômico se uniram para fomentar o crescimento e desenvolvimento turístico da cidade. E por isso, aposto na ocupação de hotéis e pousadas em torno de 80%/100%, no Réveillon e na primeira quinzena de janeiro. Com o sol voltando a aparecer teremos um verão com uma ocupação maior do que a registrada nos últimos anos, a nossa cidade e a economia estão voltando a crescer”.
Gustavo Guimarães
O vice-presidente do Sindihotéis-ES enfatizou que a perspectiva para o verão 2023 é muito positiva e que a pretensão do setor é superar não só o período pandêmico, mas os melhores índices que aconteceram antes de 2019. “A perspectiva é bem positiva após pandemia, apesar de ainda estarmos em fase de conquista e recuperação do prejuízo que a hotelaria levou, em especial, e de todo o segmento do turismo no geral que também foi muito afetado. Mas temos o entendimento que sim, que essa temporada será melhor que a anterior”.
Sobre as chuvas no estado e a relação com a taxa de ocupação na hotelaria, Gustavo falou que em função das chuvas o mês de dezembro foi muito aquém das expectativas do setor. “Até o Natal foi bem abaixo do esperado, menos que em ano de pandemia. Logicamente em função das chuvas, porque não estava acontecendo antes, desde junho/julho estávamos tendo uma reação bem mais positivo com relação aos anos anteriores, mas esse mês a taxa de ocupação caiu bastante. Hoje ela pontualmente chega 60%, sendo que média do mês ainda está bem abaixo disso, em torno 45%-50%”.
No entanto, mesmo com os números apresentados até o momento, Gustavo Guimarães acredita que o Réveillon terá uma boa ocupação, entre 90-95%. “No estado como um todo nós tivemos um verão ano passado em torno de 85%, o que reflete mais ou menos como foi Guarapari. Esperamos a porcentagem desse ano chegue 90%-95% também no mês de janeiro. Até o dia 20/01 a procura por hotéis e pousadas está bem intensa. Tem finais de semana que já estão sem vagas, em função de shows e eventos que acontecerão nas casas noturnas. Esperamos que com a melhora do tempo, a gente tenha a partir do Réveillon um movimento mais acentuado, aquecido, que foi nesse mês de dezembro”, finalizou.
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